“Os perfis impermanentes levantados são personificados por formas distintas de encarar a vida" (BartekSzewczyk/Thinkstock)
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Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 07h00.
No marketing é preciso entender o público-alvo e as pessoas às quais as campanhas serão direcionadas. Em recursos humanos, também. A diferença está essencialmente no tipo de perfil comportamental.
Enquanto o marketing foca nas características relacionadas ao consumo, o RH se fixa nas ações, objetivos e padrões que ditam carreira, vida pessoal e profissional.
Como ferramenta para entender os tipos de perfil esperados este ano, a Neura, curadoria de estudos comportamentais e porquês, conduziu e acabou de lançar a pesquisa “A Permanência da Impermanência".
Com base no estudo, feito em parceria com a PiniOn, plataforma de pesquisa com mais de 3 milhões de usuários, em 2024, 80% da população acredita que é possível se preparar para viver mais e melhor, mas apenas 4% das pessoas relatam que sempre se planejaram para isso.
O estudo traz também análises e reflexões sobre o desafio de diminuir a influência de termos perenes, como envelhecimento e longevidade, e oferece novas possibilidades para pessoas, negócios e marcas por meio do conceito da impermanência.
“Os perfis impermanentes levantados são personificados por formas distintas de encarar a vida. O tempo não é a coisa mais relevante do passado e o envelhecimento não é o condicionante para o presente. A impermanência que é (e deve ser) o fator condicionante para o futuro”, afirma Andre Cruz, fundador e CEO da Neura e expert em Neurociência.
Veja um pouco mais sobre cada perfil, abaixo.
O primeiro de todos e o mais representado (com 38% dos correspondentes) é aquele que acredita que não há o que fazer para almejar uma vida melhor e mais longeva e, por isso, acaba, muitas vezes, revivendo o passado.
O impermanente pessimista entende que a sua história já está toda traçada, com destinos bem definidos, e que qualquer esforço para tornar a jornada diferente será em vão.
“Durante a pesquisa, vimos que esse grupo é mais representado por mulheres jovens que estão entre seus 18 e 24 anos. Ao analisar, percebemos que questões como a pressão social para terem responsabilidades no lar, na família, cuidado e, ao mesmo tempo, no trabalho são impulsionadores desse pessimismo”, complementa Bruno Stassburger, pesquisador de cultura e comportamento da Neura.
Em segundo lugar, com 19% dos entrevistados, domina o mais otimista. “Ao contrário do anterior, esse grupo acredita que a idade não existe e que, desde que a mente continue lúcida, ainda há muito a se viver. Ao trazer uma visão leve de futuro, essas pessoas aproveitam mais o presente. Por conta disso, vimos o perfil mais presente e homens com mais de 60 anos, que já viveram bastante para aceitar tudo o que a vida propõe e não se preocuparem com o que virá”, afirma Bruno.
Com 18,4% das respostas, esse perfil é formado por pessoas que projetam sua vida como se nunca fossem morrer. “Esse grupo, muitas vezes, enxerga o futuro como uma certeza, independente do que se faz no presente para que isso aconteça. Um grande exemplo disso são as Age Techs, empresas que investem no desenvolvimento e envelhecimento humano e tornam possível alcançar saúde e vitalidade duradouras”, completa Andre Cruz.
Representando 9,1% dos respondentes, os progressistas são aqueles que encaram a vida de forma responsiva. Por querer viver mais e melhor, essas pessoas já mudaram (ou estão em processo de mudar) os hábitos para uma vida de maior qualidade.
Por medo ou resistência ao futuro, esse perfil (7%) costuma negar o envelhecimento. O grupo possui uma visão voltada para o passado e, por isso, preferem morrer antes de se tornarem “velhos” pensando em não experienciar fases da vida que envolvem perda de liberdade, vitalidade e independência.
Com 5% das respostas, esse perfil é recorrente em pessoas de 25 a 39 anos da classe A. Apesar de ter vontade de viver mais e melhor, essa parte ainda não mudou hábitos para isso. Além disso, acreditam que a existência, de alguma forma, oferece caminhos para adiar o que se entende como fim.
Com 4% dos correspondentes, o perfil protagonista foi o menos relevante em termos de respostas na pesquisa. Preferido por pessoas com visão aplicada ao futuro, da classe A e enquadradas no grupo de 25 a 39 anos de idade, são aqueles que sempre se planejaram para uma vida mais longeva e a enxergam como algo passível de adaptação e mudança.
“Entender as diferentes maneiras de encarar a existência é o primeiro passo para começar a mudar hábitos e se desprender das antigas amarras da vida. A sociedade mudou e, agora, exige uma nova dinâmica cultural que não pode ser ignorada. A vida não é uma linha contínua, mas sim uma jornada. A morte não é apenas o nosso ponto de chegada. Somos diferentes, impermanentes e flexíveis e, por isso, precisamos nos permitir viver o momento e aceitar as mudanças”, finaliza Andre Cruz.
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