Ruas de Recife na pandemia do Covid-19 (Andréa Rêgo Barros/PCR/Divulgação)
Mariana Martucci
Publicado em 9 de março de 2021 às 19h41.
Última atualização em 9 de março de 2021 às 19h47.
Araraquara, em São Paulo, foi uma das cidades brasileiras que mais prematuramente adotaram restrições draconianas para o isolamento social nesta segunda onda de covid-19. E agora a taxa de contaminação pelo novo coronavírus parece declinante.
Isolamento social funciona, pois se a pessoa infectada não entra em contato com alguém ainda imunologicamente desprotegido o vírus não tem como se transmitir. Essa é uma verdade absoluta. O problema? É impossível suprimir indefinidamente os contatos entre pessoas.
Pois ninguém pode depender só de si mesmo para a sobrevivência. Para cada um de nós que está em home office, seguindo rigidamente as orientações dos especialistas, quantos homens e mulheres precisam ir trabalhar todos os dias exatamente para que nós possamos ficar em casa?
Criticam-se, e a crítica é mais que correta, as aglomerações desnecessárias em tempos de pandemia. Mas, e as pessoas que se aglomeram porque não têm opção? E os milhões que dependem, por exemplo, do transporte coletivo e cujo trabalho é essencial para a sociedade continuar funcionando?
Gerir bem este tipo de crise vai muito além de decretar lockdowns.
*Alon Feuerwerker é analista política da FSB Comunicação
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