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Funcionários com autismo dão 8 dicas para empresas que desejam contratar pessoas no espectro

Profissionais fazem parte do primeiro grupo de neurodivergentes trabalhando na concessionária Águas do Rio

Grupo de neurodivergentes da Águas do Rio (Águas do Rio/Divulgação)

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Publicado em 2 de abril de 2024 às 19h13.

Última atualização em 2 de abril de 2024 às 19h19.

Déficit de atenção, dislexia, ansiedade generalizada. Gabryelle Silva, de 21 anos, passou por todos esses diagnósticos antes de chegar ao correto: transtorno do espectro autista. Foi apenas no ano passado, quando já tinha 20 anos, que finalmente teve acesso a uma bateria de exames comportamentais com um neuropsicólogo. “Foi libertador entender quem eu sou”, disse ela.

Gabryelle e outros seis colegas autistas fazem parte do primeiro grupo de neurodivergentes trabalhando na Águas do Rio, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto em 27 municípios, incluindo grande parte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Com um programa forte de inclusão e diversidade, a concessionária iniciou uma parceria com uma empresa especializada em procurar vagas e treinar pessoas autistas para o mercado de trabalho.  

Junto com a busca ativa por currículos neurodivergentes, a empresa também fez um trabalho de preparação, incluindo na sua rotina uma série de reuniões, encontros e lives com gestores e funcionários sobre como receber pessoas autistas no local de trabalho. Os concorrentes das vagas também fizeram uma série de visitas à sede da Águas do Rio para adaptação ao barulho e à luz do local.

Em todo esse trabalho, o maior deles foi o de fazer reduzir o “excesso de zelo” por parte da equipe que receberia os novos contratados. São questões como ter receio de falar a palavra “autista” na frente de um autista ou ter medo de perguntar algo sobre o transtorno. É a proximidade que destrói essas barreiras e inclui talentos no mercado de trabalho.

Para quem tem dúvidas sobre como receber bem pessoas autistas no ambiente de trabalho, aqui vão oito dicas feitas pelos próprios funcionários contratados pela Águas do Rio:

𝟏. A palavra autista não é tabu 

Está tudo bem falar na nossa frente.

𝟐.  Cuidado com o toque 

É importante perguntar se estamos confortáveis com abraços e outros tipos de contato físico, já que alguns de nós podem ser sensíveis a isso.

𝟑. Comunique-se de forma direta 

Instruções claras são essenciais para todos, mas para nós são vitais.

𝟒. Inclua em conversas em grupo 

Às vezes temos dificuldade em saber quando é apropriado falar em uma reunião, e é ótimo quando nos perguntam de forma direta o que temos para contribuir sobre o tema debatido.

𝟓. Antecipe tarefas ou eventos 

Mudanças repentinas podem ser desafiadoras. Portanto, sempre que possível, avise com antecedência sobre o que precisa ser feito.

𝟔. Crie espaços silenciosos 

Ter um local tranquilo disponível na empresa pode nos ajudar na concentração.

𝟕. Entenda as diferenças de comunicação 

O nosso jeito direto de falar ou a falta de contato visual não significam grosseria. Para muitos autistas, é apenas a forma natural de se expressar.

𝟖. Convide para o happy hour 

A gente também quer participar dos momentos de descontração!

 

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