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Fintech educacional lança financiamento para alunos, residentes e médicos

Sem exigir garantias, Elleve oferece crédito a estudantes de medicina com nova linha de financiamento voltada para saúde

Estudantes não precisam apresentar comprovante de renda (Visoot Uthairam/Getty Images)

Estudantes não precisam apresentar comprovante de renda (Visoot Uthairam/Getty Images)

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Publicado em 6 de junho de 2022 às 13h01.

A fintech educacional Elleve acaba de lançar uma nova linha de financiamento voltada especialmente para profissionais da saúde, médicos e recém-formados. Para ter acesso ao produto basta apresentar o histórico escolar e o comprovante de matrícula. O requisito básico é ser brasileiro e estudar medicina no Brasil. A plataforma de inteligência de análise preditiva de crédito não faz distinção de classe socioeconômica entre os interessados, uma vez que não exige comprovante de renda na análise de concessão do recurso financeiro.

Desta vez, o programa, que em caráter de teste já recebeu mais de 3 mil pedidos, visa financiar estudantes de medicina a partir do 6º semestre de curso, além de médicos recém-formados. Residentes, sem restrições por especialidade, também estão contemplados.

O Elleve + leva em consideração especialmente o engajamento com a profissão e performance acadêmica. Além disso, ao inserir como critérios de obtenção de crédito a comprovação de identidade nacional, e de estar ou ter cursado medicina no Brasil, a fintech pretende corrigir um problema histórico: uma má distribuição de médicos residentes pelo Brasil.

A região Sudeste, por exemplo, concentra 57,3% dos médicos residentes, o que corresponde a exatos 53.776 profissionais em processo de especialização; ou seja, mais da metade de todo o país. Em seguida, aparece a região Sul, com 16% (8.640 médicos residentes). Assim, somados, o Sul e o Sudeste concentram três quartos dos médicos residentes do Brasil.  Os dados são do estudo Demografia Médica no Brasil 2020, da Universidade de São Paulo em parceria com o Conselho Federal de Medicina.

Na prática, o financiamento funciona como um empréstimo pessoal. Os estudantes e profissionais que aderirem ao programa escolhem o valor da mesada que desejam receber, que varia de R$ 800 a R$ 1.600, com recorrência de 6 a 24 meses. A restituição do crédito, por sua vez, corresponde ao mesmo período de meses de mesada, sendo pago no momento em que o aluno ou profissional esteja com uma renda financeira satisfatória.

Em outras palavras, se o estudante recebeu 6 meses de financiamento, deverá pagar de volta o mesmo valor de crédito que obteve no período de 6 meses, com um prazo de carência maior, visando a melhoria da qualidade de vida financeira do estudante ou profissional. Ou seja, a Elleve não deseja que profissionais e estudantes de medicina se sintam apertados na hora de quitar o empréstimo do programa. No mais, as taxas de juros, inferiores a outros instrumentos de crédito pessoal, como conta garantida e cartão de crédito, variam de 2,69% e 3,19%.

“O objetivo da Elleve é oferecer uma linha de crédito que dê impulso para o início de carreira desses estudantes, justamente nessa fase que é mais delicada, em que muitos dos estudantes não estão trabalhando A facilidade de adesão também é grande diferencial do programa”, afirma o CEO e fundador da Elleve, André Dratovsky.

Análise preditiva

A Elleve criou um modelo proprietário e sustentável de investimento para a educação, e para isso, aposta em cursos de alta performance e de impulsionamento de carreiras, com alto potencial de empregabilidade e incremento de renda. Em vez de avaliar unicamente fatores como conta bancária, garantias e pontuação de crédito do tomador no mercado, a fintech é cirúrgica: analisa o poder de retorno e impacto que o investimento em determinado curso terá para a carreira do aluno.

Qual a probabilidade de o jovem conseguir emprego ao escolher essa trilha? É um curso que demanda e demandará no futuro? Tem mercado para isso? Além do perfil comportamental da pessoa, é analisado esse tipo de resposta via inteligência artificial e cruzamento de dados na plataforma. “Muitos desses jovens teriam dificuldade de aprovar empréstimos em uma instituição financeira. Aqui, a análise é totalmente diferente. Analisamos o potencial de empregabilidade", afirma Dratovsky.

A fintech fechou o ano de 2021 com 250 escolas parceiras e mais de 50 mil pedidos de financiamento. Para 2022, a expectativa é multiplicar o resultado, financiando mais de R$ 100 milhões em cursos de alto impacto em carreiras. Apenas no primeiro trimestre de 2022, a fintech já ampliou o número de parceiros em 30% e analisou 30 mil pedidos de financiamento.

Com alunos financiados em todos os Estados brasileiros, nas mais diversas áreas de atuação e com concentração maior na região sul e sudeste, já liberou mais de R$ 50 milhões em volume de empréstimos, crescendo uma média de 25% ao mês. Levantamento feito pela própria Elleve mostrou que, cerca de 80% dos alunos financiados reportam terem melhorado seu salário em ou conseguido emprego após formação. Já as escolas parceiras tiveram um aumento de novas matrículas, em função da parceria, na ordem de 15% a 30% em 2021.

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