É preciso integrar as línguas e não subtrair. (Carol Yepes/Getty Images)
Bússola
Publicado em 19 de agosto de 2021 às 09h00.
O principal desafio no Brasil na formação do professor que quer lecionar inglês, levando em conta todos os problemas estruturais, é chegar à universidade. Segundo os órgãos oficiais, só estão aptos para atuação aqueles que cursaram letras ou pedagogia.
Essa é uma das conclusões do Two Languages, evento online e gratuito realizado pela Pearson para discutir o bilinguismo e a educação bilíngue no Brasil. Nomes como Renata Condi e Cristine Conforti participaram, no último dia 13, do segundo dia do evento, tratando da formação de professores para o idioma e aplicação desse conteúdo nas salas de aula das escolas.
“Com a retomada gradativa das escolas após a pandemia que assombrou todo o mundo há praticamente dois anos, uma coisa não mudou de 2019 (quando a discussão do ensino bilíngue estava fervorosa) pra cá: a falta de professores para atender minimamente o mercado do ensino bilíngue no Brasil. Essa é umas questões que o evento quer contribuir e busca entender o cenário”, declara Juliano Costa, vice-presidente de Produtos Educacionais da Pearson Latam.
“A formação nesses cursos possibilita que o profissional tenha acesso a todos os contextos existentes da língua no Brasil, mesmo que precise de adaptações e amplie as formas de trabalho, com a escola bilíngue, escola com currículo internacional, escola brasileira com programa internacional e a escola brasileira com carga de inglês aumentada”, declara Renata.
O cenário de profissionalização desse professor mudou a forma como ele se porta no mercado de trabalho. Antes a preocupação principal era em desenvolver a língua, agora é em buscar metodologias para melhorar o aprendizado.
“O que se espera desse professor é que seja um profissional que cria, entende, fala e ouve a língua. Não pode ser só uma coisa ou outra”, afirma a especialista.
Outro ponto destacado foi voltado para os donos de escolas, sobretudo com relação a implementação do bilinguismo e a importância do porquê dele na minha escola.
“Não há receita, mas algumas boas práticas como: atrelar os processos bilíngues aos resultados bilíngues, uso de práticas criativas e dinâmicas (as chamadas metodologias ativas), um bilinguismo ativo e não subtrativo com uma integração das línguas, aprendizado baseado em problemas, projetos e centralizado no aluno”, afirma Cristine.
A especialista afirma, ainda, a aplicação do bilinguismo ativo e não subtrativo como acontece muito por aí.
“Não adianta focar apenas no inglês e eliminar o português da vida desse aluno. É preciso uma integração entre as línguas”, diz.
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