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Etanol ajudou a evitar 371 mortes por ingestão de gases tóxicos, diz EPE

Segundo estudo, mistura de etanol à gasolina evitou que 535 milhões de toneladas de gás carbônico fossem emitidas no ar de São Paulo desde 2019

Unidade de etanol da Raizen: estudo reforça o impacto positivo produzido a partir da decisão do Brasil de estimular produção de motores flex (Germano Lüders/Divulgação)

Unidade de etanol da Raizen: estudo reforça o impacto positivo produzido a partir da decisão do Brasil de estimular produção de motores flex (Germano Lüders/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 21 de abril de 2021 às 10h30.

Ainda que a pandemia de covid-19 tenha afetado o mercado de combustíveis globalmente em 2020, há boas notícias no radar. É o que mostra levantamento intitulado Cenários de Oferta de Etanol e Demanda do Ciclo Otto, recém-publicado pela área de biocombustíveis da diretoria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O estudo revela que, desde 2019, a indústria da cana de açúcar deixou de lançar na atmosfera 535 milhões de toneladas de gás carbônico, produzindo assim um reflexo positivo visível direto: só na região metropolitana de São Paulo, foram evitadas 371 mortes pela ingestão desses gases tóxicos. Para se ter uma ideia, no planeta, cerca de 4 milhões de pessoas morrem todos os anos devido à ingestão desses gases, que se formam a partir da emissão de material particulado fino, saído dos escapamentos dos veículos.    

O levantamento reforça o impacto positivo produzido a partir da decisão do Brasil de estimular a produção dos motores flex, definindo que o etanol seria misturado à gasolina para reduzir a emissão de gases tóxicos. Para cada litro de gasolina, seria adicionado 27% de etanol.  

Os resultados do estudo da EPE impulsionam o movimento de decolagem iniciado em 2020 pelo RenovaBio, política governamental que impulsiona o mercado do etanol e incentiva investimentos na produção de fontes energéticas mais sustentáveis, impactando toda a cadeia produtiva, do plantio da cana e processo industrial até chegar ao consumidor final.

Metas

Tendo aderido ao programa, cada produtor recebe uma nota de eficiência energética, emitida pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Ali estará determinado quantos litros de biocombustível serão necessários para evitar a emissão de uma tonelada de CO2 na atmosfera. Esse valor equivale a um Crédito de Descarbonização por Biocombustível (CBio).

Para concretizar a descarbonização da matriz de combustíveis, são estabelecidas metas nacionais de redução de emissões por um período de dez anos. Essas metas são divididas em objetivos anuais individuais que contemplam todas as distribuidoras de combustíveis. Para cumprir as metas anuais, as distribuidoras podem aumentar a venda de biocombustíveis ou comprar CBios, para compensar a emissão gerada por combustíveis fósseis.

Para se ter uma ideia do sucesso dessa política, a quantidade de Créditos de Descarbonização disponibilizados no primeiro trimestre já equivale a quase 50% da meta do RenovaBio para 2021. 

De janeiro até o último dia 09 de abril passado, as unidades produtoras de biocombustíveis disponibilizaram 12,1 milhões de CBios na bolsa de valores. Deste total, 282.595 foram aposentados, restando mais de 11,8 milhões para serem negociados. A meta de geração de CBios para este ano é de 24,86 milhões.

Produção em alta

A pesquisa também projeta que o país poderá atingir a marca de 50 bilhões de litros de etanol em 2030, a manter a performance projetada para este ano. Para 2021, a pesquisa estima que a produção do combustível deve chegar a 34 bilhões de litros de etanol, um desempenho levemente superior ao ano passado (31,3 bilhões de litros).  

As projeções, mais ou menos otimistas, dependem de algumas variáveis como o desempenho da economia, a carga tributária e o consumo. Em um cenário menos favorável, a EPE estima que o Brasil vai produzir ao menos 41,9 bilhões em 2030. 

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