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Este sonho acadêmico transformou uma carreira na indústria de lubrificantes

Roberta Teixeira conta como foi ser uma das mentes que desenvolveu um dos maiores centros de pesquisa da América do Sul

Roberta é diretora de Tecnologia e Sustentabilidade da ICONIC (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em 6 de abril de 2023 às 13h57.

Sonhar com uma carreira acadêmica, ser doutora em universidades renomadas, este é o sonho de muitas engenheiras em todo mundo. Não era diferente com Roberta Teixeira, atual diretora de Tecnologia e Sustentabilidade da Iconic, empresa gestora das marcas Ipiranga Lubrificantes e Texaco Lubrificantes.

Logo depois da formação em Engenharia de Alimentos, além de concluir seu mestrado e doutorado em Engenharia Química – todos os cursos realizados na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Roberta passou um tempo na Alemanha desenvolvendo parte de sua tese de doutorado. Na sequência, ela aceitou, como um dos seus maiores e primeiros desafios profissionais, cuidar da supervisão do Centro de Tecnologia da Ipiranga no Rio Grande do Sul.

A reestruturação da companhia em 2007 – que tinha uma atuação diversificada com negócios nos segmentos de produção e distribuição de combustíveis e lubrificantes, petroquímica, química e asfalto, por exemplo – além da mudança do controle societário para o Grupo Ultra, promoveram um novo direcionamento para a carreira de Roberta: ela aceitou o convite para ser uma das principais mentes e mulheres a participar do desenvolvimento de um Centro de Tecnologia, que se tornaria um dos maiores da América do Sul, “literalmente do zero”, no Rio de Janeiro.

“Sair da zona de conforto é sempre um desafio. Eu estava me mudando para outro Estado, tinha uma missão de organizar um novo centro de pesquisas focado no desenvolvimento de combustíveis e lubrificantes. Estes são setores ainda predominantemente masculinos e eu era a representação feminina neste universo que ainda precisava cuidar da contratação de equipes, buscar capacitação adequada e reforçar a presença da empresa em associações e institutos do setor aqui no eixo Rio – São Paulo”, diz.

Até 2017, Roberta ainda assumiu a coordenação e a gerência técnica de lubrificantes da Ipiranga e estas promoções geraram empoderamento para que se tornasse uma voz cada vez mais ativa no setor. A executiva também tinha um planejamento pessoal de não ser mais a única mulher no ambiente. Começou a contratar profissionais com um olhar de diversidade e inclusão, movimento que se acentuou quando se tornou diretora de Tecnologia na Iconic em 2018.

“A nova empresa foi criada por meio de uma joint venture entre a Ipiranga e a Chevron. Eu tinha um enorme desafio de trazer um olhar inclusivo para meu segmento de atuação. Hoje, o time de Tecnologia é composto por 50% de mulheres.

Procuramos entender as diferenças e inspirar as pessoas em nossa equipe de trabalho. É fundamental compreender como as profissionais gostariam de ser tratadas para fortalecimento de uma cultura organizacional de respeito mútuo e reconhecimento de valores”, analisa. De quatro gerentes da sua equipe, três são mulheres e todas têm uma enorme responsabilidade na Iconic: cuidar do portfólio e desenho de produtos, passando pela relevância da pesquisa e desenvolvimento e garantia da qualidade.

Roberta também foi uma das vozes da Iconic que organizou o Comitê de Responsabilidade Social da companhia no segundo semestre de 2019. Ela propôs a organização de Lives e debates internos com os colaboradores, nos últimos dois anos, sobre combate ao racismo, integração do público LGBTQIA+ e aumento do engajamento em tópicos relacionados com a pegada de carbono e redução de emissões. E desde o início de 2021, Roberta trabalha na construção do “Futuro Sustentável”, estratégia da Iconic para a sustentabilidade do planeta e das futuras gerações.

O projeto realizou um mapeamento com consultas aos times da empresa, associações, clientes e entidades para ter um desenho com metas e objetivos factíveis para a Iconic colaborar de forma efetiva com um mundo em processos de descarbonização e parâmetros globais da ONU e do Acordo de Paris. Roberta ajudou pessoalmente na formação de grupos multidisciplinares na empresa para acelerar iniciativas de diversidade e inclusão, transição energética e inovação. A Iconic, hoje, já tem metas para reduzir suas emissões em 43% até o final de 2030.

Com uma visão social, Roberta ainda trouxe o apoio da Iconic para o Tem Menina no Circuito, projeto do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com proposta de maior integração de estudantes do ensino médio na área de Exatas. O grupo já promoveu visitas de três colégios públicos na planta de Iconic em Duque de Caxias. “Compartilhei um pouco de nossa história, do setor de lubrificantes e reforcei que devem seguir seus sonhos. Devemos inspirar estas jovens para serem futuras lideranças do nosso setor”, afirma.

A executiva ainda é uma das responsáveis pela organização da parceria da Iconic com a Escola de Impacto. A iniciativa conjunta promove mentoria para classe de estagiários da companhia, a maioria entre 20 e 25 anos e estudantes de faculdades públicas. “Este é um projeto que tenho muito orgulho. Debatemos temas relevantes para a formação de futuros cidadãos conscientes para uma sociedade mais plural e igualitária, como neurociência e preconceito, saúde mental, educação para os direitos humanos, racismo e desigualdade social”, declara.

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