Bússola

Um conteúdo Bússola

‘Estamos pavimentando a rodovia deste setor’, diz primeiro civil brasileiro a ir ao espaço

Victor Hespanha é business lead e embaixador da SERA, agência espacial que está levando democratizando as viagens para o espaço

Victor Hespanha, primeiro civil brasileiro a ir ao espaço (SERA/Divulgação)

Victor Hespanha, primeiro civil brasileiro a ir ao espaço (SERA/Divulgação)

Aquiles Rodrigues
Aquiles Rodrigues

Repórter Bússola

Publicado em 30 de outubro de 2025 às 13h00.

Não dá para ir para o espaço por menos de US$ 1,25 milhão, mas a SERA (Space Exploration & Research Agency) pretende colocar, de graça, até seis passageiros na próxima missão da Blue Origincompanhia espacial de Jeff Bezos, dono da Amazon.

O objetivo é democratizar o acesso ao espaço e, apesar do enorme investimento não gerar um retorno necessariamente imediato, a ideia tem bases sólidas.

É uma visão de médio e longo prazo, considerando o olhar que compartilhamos com o próprio Jeff Bezos. Como ele, e outros grandes investidores do espaço, como Elon Musk, estamos pavimentando a rodovia aeroespacial”, diz Victor Hespanha, primeiro civil latinoamericano a ir ao espaço.

Ele, que é business lead e embaixador da SERA, juntou-se à agência após ganhar a primeira campanha realizada pela empresa para levar pessoas ao espaço. 

O exemplo de Jeff Bezos é certeiro. O bilionário americano ficou conhecido pela sua estratégia de altos investimentos que estabeleceu a Amazon como gigante do varejo. 

Segundo Victor, o que a SERA propõe é uma estratégia semelhante, voltada para o desenvolvimento de um setor espacial com grande potencial global.

Liderando a New Space Economy

A chamada ‘nova economia espacial’ surge da iniciativa de empresas como a SERA, que criam um ecossistema em torno da exploração espacial. O funcionamento deste, pode ser observado na campanha mais recente. Ela será executada em cerca de duas fases:

1. Interações nas redes e acúmulo de pontos

Os interessados cumprirão, em aplicativo dentro do Telegram, desafios que permitem o acúmulo de pontos.

“É bem gamificável o aplicativo e esses pontos, de forma majoritária, são acumulados postando as suas histórias pessoais nas redes sociais”, Victor explica. Os pontos resultam na aquisição de um “crachá” de candidato a astronauta

2. Votação regional

Os candidatos, então, passam por uma etapa de votação regional. A SERA escolhe os dez candidatos que disputaram a fase final. Atualmente, a companhia tem seis assentos reservados: 

  • 5 para nações parceiras – Nigéria, Índia, Indonésia, Brasil e Tailândia,
  • 1 assento está aberto para outros países.

3 . Escolha final

É nesta fase, onde os dez candidatos competem pelos assentos, que a New Space Economy mostra seu potencial.

“Em alguns países, como a Tailândia, eles licenciaram um show através de estúdios da Banijay, que produz Big Brother Brasil, MasterChef, para fazer a fase final no formato de reality show”, Victor conta.

É com realitys como esse, com patrocínio, que a SERA faz receita e retorna seus investidores. O roadmap da agência espacial ainda prevê mais alternativas, mas o principal já está sendo cuidado.

Estamos criando uma demanda

Sobre a rentabilidade da SERA, Victor explica: “Não temos algo como, por exemplo, pessoas comprando bonés. Não é isso que fazemos. O primeiro passo é gerar a própria demanda. Estamos trazendo a audiência e ganhando credibilidade para gerar as formas diversas desse ecossistema”.

Esta é a tese fundamental da empresa. Gerar a demanda, conectar demandas que já existem e colocar mais e mais olhos no mercado aeroespacial

O resultado esperado é um interesse capaz de reduzir custos, popularizar a exploração do espaço e permitir o surgimento dos muitos braços da Nova Economia Espacial.

“Quando você pavimenta uma rodovia literalmente no meio de uma cidade, você traz vários negócios em torno disso, né? Então, se você tem uma uma avenida ativa, você vai trazer supermercado, shopping, praças… Hoje, o entretenimento é central, mas em um futuro próximo, enxergo infinitas possibilidades de novos negócios no espaço, conclui Victor. 

Acompanhe tudo sobre:EspaçoEspaçonavesindústria aeroespacial

Mais de Bússola

Gente & Gestão: conquistando felicidade corporativa — um ativo estratégico

Dá para confiar em quem influencia?

Até onde vai a tendência do pistache no mercado alimentício?

Cimento brasileiro já produz pouco carbono, mas ainda pode melhorar