Consumidores e investidores muitas vezes acabam andando em círculos (We Are/Getty Images)
Sócio-diretor da Loures Consultoria - Colunista Bússola
Publicado em 20 de julho de 2023 às 12h11.
Última atualização em 6 de novembro de 2023 às 17h41.
A humanidade foi pródiga em criar algo que nunca existiu na natureza, o lixo, e agora aqui estamos batendo cabeça para tentar desinventá-lo, sem muito sucesso. O melhor caminho, como se diz, é a economia circular, contudo cabe adicionar a sugestão de repensarmos não apenas a produção, o consumo e o descarte das coisas, mas a própria vida.
Sobre economia circular, até mesmo quando estamos dispostos a mudar os hábitos e a fazer algo diferente, pode acontecer de não sabermos exatamente o que nem como. Na pele de consumidores ou investidores, acabamos andando em círculos, sem encontrar que produtos adquirir nem em que empresas investir.
Um banco de dados recém-criado pode ajudar bastante nisso. A Fundação Ellen MacArthur lançou recentemente o “Circular Startup Index”, um índice global com startups cujo modelo de negócio é voltado a aprimorar a circularidade da economia. A relação é atualizada constantemente, e de um dia para outro o número de empresas já vem crescendo. No início desta semana, havia 559 startups. O Brasil, que começou em maio com sete, agora já figura com 26 empresas.
O principal objetivo do banco de dados é unir a inovação com o capital. Arrumar investidores dispostos a alocar recursos em negócios com potencial de causar impacto socioambiental positivo e tornar nossa vida mais sustentável.
Boa parte das 26 startups brasileiras mexe com valorização de resíduos, mas há também iniciativas bem diferentes, como a Amazonika Mundi, que produz alimentos 100% a base de plantas, e a Circulô, que oferece um guarda-roupa compartilhado para bebês no primeiro ano de vida, com peças produzidas de forma sustentável.
Há ainda quem trabalhe com agricultura regenerativa, produção de cosméticos ou fabricação de plástico biodegradável. Este último é obra da Polimex Bioplástico, uma empresa carioca que faz peças de uso único, como talheres de plástico, que viram adubo quando descartados. Pode ser uma gota no oceano, mas, vejam, estamos diante de um exemplo concreto de desinvenção do lixo!! A matéria-prima utilizada vem de insumos agrícolas e resíduos agroindustriais.
A lista integral de startups está no site da Fundação Ellen MacArthur. Lá entrando é possível aplicar um filtro para selecionar só as brasileiras. Clique. Conheça. Circule.
Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube
Veja também
Renner lança desafio para startups focado em inovação para sustentabilidade
Transfeera ultrapassa marca de R$ 24 bilhões transacionados
88% dos presidentes de conselhos não exercem função executiva na empresa