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ESG nas pequenas e médias empresas

Não é moleza implementar ESG em PME. Mas é compensador. Boa parte deixou de ser pequena ou média e virou grande

Startups: "Não é moleza implementar ESG em PME" (Pixabay/Divulgação)

Startups: "Não é moleza implementar ESG em PME" (Pixabay/Divulgação)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 11 de outubro de 2020 às 19h52.

Última atualização em 15 de abril de 2021 às 13h55.

Duas semanas antes do diagnóstico do primeiro caso de coronavírus na China e quatro meses antes da declaração de pandemia pela OMS, a McKinsey soltou o relatório “Five ways that ESG creates value”. Que belo timing! Certamente os autores não poderiam supor que as questões ambientais, sociais e de governança virariam dali em diante cruciais para sobrevivência corporativa.

O excelente relatório mostra o poder que uma boa proposta de ESG tem para ajudar empresas a alcançar novos mercados e a crescer nos já existentes. Há exemplos do setor de infraestrutura, mineração e gigantes do consumo, entre outros.

As grandes empresas, no entanto, são minoria em qualquer país. No Brasil, não chegam a 1% do total de estabelecimentos. Portanto quero dar uma sugestão para as consultorias especializadas: que tal investigar o ESG na maioria?

Não é moleza implementar ESG em PME. Mas é compensador. Repare nas que já fizeram isso com sucesso. Boa parte deixou de ser pequena ou média e virou grande. Um exemplo: Mãe Terra. E existem muitas outras com enorme potencial de trilhar o mesmo caminho. Citarei duas.

A Positiv.a é uma empresa de produtos de limpeza e beleza que vem arregimentando com velocidade certificações e consumidores engajados. Entre os produtos que são entregues de bicicleta na Grande SP e via transportadoras no resto do país, há um xampu em barra que é feito com itens naturais e vegetais e tem o mérito de dar adeus ao pote de plástico.

A fabricante de tênis franco-brasileira Vert, celebrada em diversos países, tem como principal valor a sua cadeia de produção. A sola dos calçados é produzida com borracha da Amazônia por meio de uma tecnologia que prepara o material ainda dentro da mata, sem químicos nem intermediários, o que permite remunerar melhor os seringueiros. E, claro, ajuda a manter a floresta em pé. Já a lona vem de uma cooperativa que produz algodão agroecológico no semiárido nordestino. O modelo de negócio estipula um preço acima do mercado aos agricultores.

A Positiv.a e a Vert são empresas que se estabeleceram, construíram reputação e conquistaram consumidores fiéis. Ganharão ainda mais importância daqui para frente. São dois exemplos. E há muitos outros.

*Sócio-diretor da Loures Comunicação

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