Propostas para tornar cidades mais sustentáveis ainda são raras (Thithawat_s/Getty Images)
Karina Souza
Publicado em 25 de outubro de 2020 às 11h33.
Última atualização em 15 de abril de 2021 às 13h56.
A necessidade de mudarmos a maneira com a qual lidamos com o planeta e as pessoas certamente será uma das lições mais perenes que a pandemia de coronavírus nos deixará. São dois caminhos: mudar ou afundar de vez.
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A reação de muitas empresas e grandes fundos de investimentos mundo afora foi imediata, ao abraçar com muito mais força o ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança). Nos governos, a coisa deveria seguir a mesma toada, mas está longe disso. Em muitos países, há governantes que remam justamente para o lado oposto.
No Brasil, teremos eleições municipais daqui a 20 dias, e as propostas para tornar nossas cidades mais sustentáveis deveriam estar na ponta da língua de todos os candidatos a prefeito dos mais de 5 mil municípios do país. Mas não estão.
Num cenário como este, duas pesquisadoras da UERJ desenvolveram uma plataforma muito útil para ajudar os eleitores a tomar uma decisão melhor. O site “Vota Aí!” traz os programas de governo de mais de 30 mil aspirantes a prefeito e oferece diferentes formas de interação com esses documentos.
É possível procurar temas específicos, construir nuvens de palavras recorrentes e verificar a que outros conceitos estão associados determinados termos contidos nos programas, cujo registro no tribunal eleitoral é obrigatório desde 2009. Há também um divertido quiz que testa os conhecimentos do eleitor acerca das propostas dos candidatos de 27 grandes cidades brasileiras.
Coordenado pelas cientistas políticas Nara Salles e Argelina Figueiredo, o “Vota Aí!” tem ainda uma seção de artigos e podcasts para debater o processo eleitoral. O projeto está instalado no Doxa (Laboratório de Estudos Eleitorais, de Comunicação Política e Opinião Pública), que possui o maior acervo sobre eleições no Brasil.
De volta ao ESG. Numa rápida pesquisa, pode-se verificar que entre os três postulantes que lideram a corrida pela prefeitura da maior cidade do país, a palavra “diversidade” aparece 13 vezes no programa de Guilherme Boulos (PSOL), três no de Bruno Covas (PSDB) e nenhuma no de Celso Russomano (Republicanos). Já a palavra “ambiental” aparece 21 vezes no programa de Russomano, 14 no de Boulos e novamente três no de Covas. E “governança”? Uma vez no programa de Covas e nenhuma nos outros dois.
* Sócio-diretor da Loures Comunicação
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