Mercado de gás vem crescendo rapidamente no Brasil (Compass/Comgás/Divulgação)
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Publicado em 22 de maio de 2023 às 16h00.
Última atualização em 25 de maio de 2023 às 17h33.
Por Elisangela Martins*
O mercado de gás e energia está em franca ascensão no Brasil, atraindo investimentos e o interesse de agentes da iniciativa privada. Nada mais legítimo, portanto, que esse novo momento traga avanços em uma agenda inadiável: a diversidade.
Há muito a ser feito. Um estudo realizado em 2021 pela consultoria Fesa Group mapeou um total de 238 executivos de alta gestão em 25 das maiores empresas de energia no Brasil, nos setores de geração, transmissão, distribuição e comercialização, e revelou que apenas 19% dos cargos eram exercidos por mulheres, sendo que somente 6% atuam nas posições de negócios, como CEO ou líder das áreas de Operações, Manutenção, Novos Negócios ou Engenharia/Construção.
Mudar esse panorama exige mais do que boas intenções. A igualdade de gênero demanda compromissos de todos. E é esse trabalho que temos feito na Compass e nas empresas que fazem parte de seu portfólio de negócios. Criada em 2020, a Compass já nasceu operando a Comgás (SP) e desde então vem crescendo, inclusive com aquisições expressivas no segmento de distribuição de gás canalizado do Brasil: os controles acionários da Sulgás (RS) e da Gaspetro. Esta deu lugar à Commit, em parceria com a Mitsui, que controla a GasBrasiliano (concessionária do noroeste paulista) e tem participação em outras distribuidoras em distintos estados.
Ao longo desses três anos de evolução, a Compass vem renovando sua promessa de enriquecer suas equipes em termos de diversidade e de inclusão. Uma parte expressiva dos cargos de liderança das controladas da Compass é ocupada por mulheres – temos atualmente 38% de lideranças femininas.
Uma inspiração está nos nossos resultados na Comgás – maior empresa brasileira do setor de distribuição de gás canalizado e que integra nosso portfólio há mais tempo. Em 2021 conquistamos o ingresso da companhia no Bloomberg Gender Equality Index (GEI), índice que qualifica empresas comprometidas em apoiar a igualdade de gênero avaliando critérios de liderança feminina, paridade de remuneração, cultura inclusiva, políticas de assédio sexual e marca pró-mulheres.
Para tanto, a companhia tem sido proativa. Estabeleceu comitês e grupos de trabalho sobre diversidade e inclusão, abrindo diálogos sobre essas questões e promovendo treinamentos.
Entre as muitas medidas práticas, duas boas ideias podem ser destacadas. Uma delas é a formação de gasistas, atividade ainda majoritariamente exercida por homens. Em parceria com a Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec), ajudamos a formatar um curso voltado ao público feminino. Resultado: 72% de alunas formadas e 32 profissionais contratadas na própria Comgás ou em empresas do setor. Outra é o programa “Mulheres de Talento 40+”, que promove a capacitação de carreiras de profissionais do gênero feminino (cis ou transgênero) com 40 anos ou mais, para vagas em áreas como Engenharia, Novos Negócios, Inovação, Finanças, Jurídico e Pessoas.
Seguimos fortalecendo essa agenda na medida que a Compass cresce, como na Sulgás: incorporada ao portfólio em 2022, a companhia – logo depois da adequação de portfólio – tem 50% do seu C-Level composto por liderança feminina.
E o desafio aumenta, claro, com a expansão do portfólio – como com a aquisição de 51% dos ativos da Gaspetro, e a consequente estruturação da Commit. A ideia é somar nossa experiência, compartilhando as boas práticas para elevar os padrões de diversidade em cada uma das nove concessionárias que compõem o portfólio da Commit. Na GasBrasiliano, por exemplo, as mulheres ocupam 32% das posições de liderança.
Em 2022, a Compass revisitou sua estratégia de sustentabilidade. Todas as etapas do processo foram acompanhadas, discutidas e aprovadas pela diretoria executiva da companhia. Esse trabalho deu origem a uma nova estratégia de ESG, com definição de três pilares de atuação – e um deles é precisamente desenvolver as pessoas e a sociedade. Também assumimos nove compromissos públicos até 2030, o que inclui a meta de atingir 50% de diversidade em cargos de liderança até o ano de 2030.
Para nós, construir essa agenda vai muito além de números. É uma crença de gestão. Acreditamos que a diversidade não só permite refletir de forma mais equilibrada a composição da sociedade, mas estamos convictos de que a pluralidade ajuda a trazer os melhores resultados. Mais: abrir uma jornada de diversidade e de inclusão representa um processo de autoconhecimento dos próprios times e de suas potencialidades.
Para isso, a diversidade de pessoas nos times foi atrelada às metas e aos indicadores da companhia, e que se desdobra às controladas Comgás, Sulgás e GasBrasiliano. Isso significa que vamos continuar impulsionando a participação de mulheres nas posições de gestão e vamos ampliar nosso compromisso para todos os grupos de diversidade.
Uma das diretrizes para este ano é atualizar o censo das empresas e assim mapear os públicos. Outro objetivo nosso é promover um letramento das lideranças, ou seja, o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e habilidades para que possamos potencializar nossas entregas através do exercício de uma liderança inclusiva. Também contamos com recursos tecnológicos e ferramentas de gestão para observar os indicadores, compreender os desafios e sermos mais assertivos em nossas ações.
Não abrimos mão da empatia. Acreditamos na força de um time diverso e, sobretudo, que ambientes de trabalho humanizados e respeitosos, livres de qualquer tipo de discriminação, preconceito, violência e assédio, moral ou sexual, são muito mais criativos e produtivos.
Nosso objetivo é disseminar o entendimento de que as empresas têm muito a evoluir com respeito e reconhecimento do valor que se obtém com a soma das diferenças culturais, de origem, de habilidades físicas e mentais, de ideias, de cor, etnia, religião, orientação sexual, classe econômica, gênero e formação acadêmica.
O que move a Compass é transformar o mercado de gás e de energia. Acreditamos que esse propósito só faz sentido se estiver em sintonia com a vontade de promover um mundo melhor. Seguiremos firmemente engajados nessa direção.
*Elisangela Martins é diretora de Pessoas e Cultura da Compass
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