(./Getty Images)
Mariana Martucci
Publicado em 15 de novembro de 2020 às 19h20.
Última atualização em 15 de abril de 2021 às 13h57.
Virou algo corriqueiro ouvir CEOs brasileiros dizerem que a capacidade de mobilização das empresas junto à sociedade para enfrentar a maior crise já vista por esta geração da humanidade será um dos grandes legados da pandemia. Faz todo sentido. A solidariedade que emergiu do caos uniu organizações que nunca tinham feito nenhuma parceria ou que sempre competiram entre si.
Tudo isso foi bonito de ver e acaba de ser demonstrado em números. A Comunitas divulgou nesta última semana a pesquisa BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), que compreende 303 grandes grupos brasileiros e 18 institutos ou fundações empresariais.
O levantamento mostra que 100% dessas instituições apoiaram iniciativas de organizações sem fins lucrativos e políticas públicas de governos. E 92% delas suportaram iniciativas realizadas em parceria com outras empresas privadas. Mais da metade (58%) executou ações próprias para mitigar os efeitos da Covid-19 na população.
Para dar conta do recado, abriram o cofre. Em todo o ano de 2019, o investimento social da rede BISC somou R$ 2,5 bilhões. Em 2020, somente até meados de julho, já haviam sido R$ 2 bilhões.
Outro levantamento, feito pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos, aponta que R$ 5,2 bilhões foram doados até o final do mês passado. Apesar de as amostras de empresas serem ligeiramente distintas, já se pode afirmar que o montante de 2020 será mais que o dobro que o do ano passado.
O desafio agora é manter essa chama acesa para o futuro. O perfil do investimento social mudará a partir deste ano, e os programas de voluntariado corporativo devem ser fortalecidos. O aprendizado de 2020 foi enorme. As empresas da rede consolidaram uma lista com as principais recomendações advindas do processo todo.
Destaco cinco delas: 1) montar uma boa estrutura de governança; 2) estabelecer prioridades, critérios claros e transparentes para a alocação de recursos e planejar bem a estratégia de atuação; 3) capacitar colaboradores e voluntários para o uso de novas tecnologias; 4) trabalhar em rede; e 5) adotar boas estratégias de comunicação.
*Sócio-Diretor da Loures Comunicação
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