Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. (Cris Faga/Andressa Anholete/Getty Images)
Mariana Martucci
Publicado em 12 de março de 2021 às 20h11.
“A nossa é, de fato, a era da organização intelectual dos ódios políticos. Essa será uma de suas principais reivindicações na história moral da humanidade”, escreveu Julien Benda. Não ontem, mas em 1927. Esse talvez seja o momento de resgatar o que aconteceu no passado para evitar repetir erros enormes e dolorosos. Benda intuiu a intolerância sem fronteiras.
Homens erram muito, e na política isso fica ainda mais evidente pelos holofotes jogados pela mídia sobre cada movimento e cada debate. Mas a condenação ou crítica não dá direito a anular o outro, ou decretar pena capital pelo antagonismo.
As pesquisas que surgem após o ministro do STF Edson Fachin anular as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva mostram um país dividido entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro. E ódios vicejam em redes sociais.
Ainda falta mais de um ano para a campanha eleitoral de fato começar, mas a indústria de descredenciamento e ataques já tem amplo estoque de munição. De ambos os lados há bombas para devastar mais reputações do que árvores tem a Amazônia.
Difícil construir uma nação com base em divisões que exaltam as diferenças. A lucidez se perde nesses processos. Nota: Benda terminou a vida defendendo Stalin, que disseminou ódio político com assassinatos em massa na URSS.
*Márcio de Freitas é analista Político da FSB Comunicação
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