Empresa lança soluções para diminuir riscos de operações e-commerce. (Emilija Manevska/Getty Images)
Bússola
Publicado em 17 de agosto de 2021 às 15h54.
Última atualização em 18 de agosto de 2021 às 16h23.
Você faz uma compra pela internet, em um grande marketplace. O pagamento é autorizado e a previsão de entrega é de sete dias úteis. Mas, apenas três dias depois, você acessa o aplicativo e descobre que o produto já foi entregue. A pergunta então é: para quem, se não chegou nada em casa? Ou então, você negocia o transporte de uma carga em algum desses vários aplicativos de frete e no meio do percurso, a carga é roubada. Em ambos os casos os clientes ficam sem previsão de recebimento dos produtos e começam os prejuízos.
Com o crescimento das vendas online e o uso de aplicativos de frete online, impulsionados principalmente pela pandemia do novo coronavírus, problemas como estes estão se tornando cada vez mais frequentes. Segundo o Reclame Aqui, as queixas por atraso nas compras online cresceram 84,6% só no ano passado. No total foram 1,7 milhão de protocolos abertos no site.
Quanto aos fretes, em 2020 foram registrados mais de 22 mil casos de roubo de carga e só no primeiro semestre deste ano no estado de São Paulo foram 493, ante 411 no mesmo período do ano passado, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública.
Com a intenção de provocar mudanças no mercado de avaliação securitária e a promessa de aumento da prevenção dos riscos que envolvem as entregas de mercadorias adquiridas via operações de e-commerce e por aplicativos de frete online, a empresa paulistana de avaliação de perfis Otnet, lançou duas soluções que ampliam os critérios de avaliação de veículo e condutor e estendendo a análise para outros tipos de condutores como bikers e pessoas que fazem entrega a pé.
De acordo com a empresa que está há 18 anos no mercado, são avaliados os novos modais de transporte de mercadorias como bicicletas, motos, patinetes, carros de locadora, carros de terceiros e até o processo de entrega a pé, além do perfil dos condutores que passam a ser dos mais variados tipos como pessoas sem experiência e também motoristas que operam em determinados setores e agora passam a integrar ambos os mercados.
“O que notamos é que o mercado de avaliação securitária não tem acompanhado com a mesma velocidade as mudanças nos segmentos que atende. Um dos principais desafios é fazer com que todos que operam no segmento de Gerenciamento de Riscos, que vai da análise de perfil até o monitoramento do transporte, avaliem de forma personalizada cada operação e entendam que as mercadorias transportadas apresentam riscos diferentes e que, por isso, os parâmetros devem ser únicos”, afirma Cecília Amaral, diretora geral da empresa.
De acordo com ela, a personalização dos serviços para frete online por aplicativo e e-commerce aumentam em 40% a prevenção de riscos como perda, roubo, furto e atrasos nas entregas na comparação com o modelo de avaliação praticado no mercado.
O percentual foi verificado nos três primeiros meses de uso da solução para e-commerce por uma empresa varejista, cliente da Otnet. Também é capaz de reduzir o valor do seguro de transporte de operações realizadas via aplicativos de frete online e também de operações last-mile, a última etapa da entrega das compras via e-commerce.
"Percebemos, em algumas rodadas de conversas com as seguradoras, que muitas não oferecem seguro para e-commerce e outras criam restrições para frete online justamente por não perceberem diferença entre as análises oferecidas pelas empresas de avaliação securitária”, declara Carla Sato, diretora e Business Intelligence da Otnet.
Tanto a solução para aplicativos de frete quanto para e-commerce, nomeadas respectivamente de Otnet Frete Online e Otnet E-commerce, realizam pesquisa em informações públicas dos veículos e dos condutores, em um banco de dados próprio com mais de 1,5 milhão de cadastros e utilizam recursos de inteligência artificial no cruzamento dos dados.
São analisados mais de 60 critérios dentro de diferentes parâmetros definidos para cada tipo de operação. “No geral, o mercado costuma analisar dez critérios. O que é pouco e genérico para minimizar os riscos logísticos dentro do gigantesco cenário do mercado de transporte de cargas, explica Carla.
No caso de entregas feitas por um biker, por exemplo, a solução da empresa analisa itens como a existência de endereço fixo, grau de escolaridade, tempo de prestação de serviços, rotas feitas, tipos de produtos que podem ser entregues por bicicleta e condições deste meio de transporte.
Já no frete online, dado da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mostra que no país há cerca de 700 mil caminhoneiros autônomos. Boa parte deles tem aderido aos aplicativos de frete para negociação de transporte de carga. Mas a idade média de seus caminhões é de 20, 30 anos, o dobro da idade média dos caminhões usados pelas transportadoras.
Nesse caso, a empresa alega que mais do que verificar se as documentações do veículo e do condutor estão em dia, é preciso verificar itens como a idade do caminhão e manutenção, perfil do condutor e tipo de carga mais adequada para o veículo.
“São veículos mais antigos e que requerem manutenção frequente para reduzir as chances de acidentes e panes no meio do caminho que possam atrasar a entrega. Isso tem que ser analisado, bem como se o tipo de caminhão é o mais adequado para determinado produto e outras muitas variantes”, afirma Cecília.
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