A plataforma armazena a maior quantidade de dados e informações sobre a comunidade acadêmica brasileira. (Herivelto Batista/MCTIC/Divulgação)
Bússola
Publicado em 28 de julho de 2021 às 15h01.
Última atualização em 28 de julho de 2021 às 15h10.
Por Estudar Fora, com Bússola
Ontem, 27, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) informou que todos os seus sistemas, incluindo a Plataforma Lattes, estão indisponíveis por tempo indeterminado devido a um problema técnico. Boatos de que a base de dados não teria um backup assustaram acadêmicos de todo o país, que temem ter perdido anos de informações armazenadas.
De acordo com os canais oficiais do CNPq, o servidor que armazenava os dados “queimou”, causando o apagão. Durante a tarde, o conselho informou que há um backup, e os responsáveis já estão trabalhando para a resolução do problema. O sistema está fora do ar pelo quinto dia consecutivo.
O Lattes é uma base de dados integrada com informações de CNPq, Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Fapesp (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e outros sistemas do Ministério de Ciência e Tecnologia.
A plataforma serve para facilitar e agilizar sistemas de fomento, pagamento de pesquisadores e acompanhamento de acadêmicos de todo o Brasil. Os sistemas que formam o Lattes são:
Neste momento, todas estão fora do ar.
A plataforma armazena a maior quantidade de dados e informações sobre a comunidade acadêmica brasileira. Além disso, ela permite o cruzamento de informações e registro de todas as atividades vinculadas ao ensino superior do país. Ela é utilizada por todas as universidades brasileiras e está ligada com outros sistemas acadêmicos, como:
Para que serve o currículo Lattes?
O currículo Lattes é um dos documentos exigidos para ingressar em cursos de pós-graduação de universidades de referência brasileiras e pode ser pedido por outras universidades latino-americanas.
A quantidade e padronização desse currículo dão a ele maior confiabilidade. Por isso, o Lattes pode servir de complemento ou até como currículo principal, dependendo da área que o profissional atua.
Na plataforma é possível colocar praticamente todas as informações ligadas direta ou indiretamente ao dia a dia de qualquer pessoa vinculada à universidade. Nela, é possível incluir dados, como: formação acadêmica, pesquisa em andamento, cursos extracurriculares de curta ou longa duração, formações complementares, proficiência em línguas estrangeiras, textos publicados em revistas acadêmicas, portais, jornais etc., produções audiovisuais, aulas ministradas, e por aí vai.
Além de servir como um registro de toda a carreira dos estudantes e pesquisadores, o sistema é estruturado em hiperlinks, que permitem procurar por palavras, autores, áreas e universidades.
Internacionalização
O sucesso da plataforma no Brasil fez com que outros países latino-americanos, como Chile, Venezuela e México, se interessassem pelo sistema. Desde 2001, a plataforma sofreu um gradual processo de internacionalização e serviu como base para a criação do CvLAC (Currículum Vitae Latinoamericano y del Caribe).
Entre 1998 e 1999, a primeira versão do sistema foi desenvolvida após uma consulta com 400 acadêmicos desenvolvida pelo Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), da Universidade Federal de Pernambuco, e o atual Instituto Stela, da Universidade Federal de Santa Catarina. Lançada em 16 de agosto de 1999 pela CNPq e Capes, a quantidade de currículos registrados no Lattes quase triplicou somente nos dois primeiros anos. Hoje, a plataforma conta com mais de 1.100.000 currículos.
O nome da plataforma é uma homenagem ao físico brasileiro e descobridor do méson-π, César Lattes. O professor foi um dos líderes responsáveis por criar o CNPq e sua pesquisa é considerada fundamental para o desenvolvimento da área de física atômica brasileira.
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