É necessário humanizar e promover experiências relevantes, encantadoras e sustentáveis aos consumidores (Malte Mueller/Getty Images)
Bússola
Publicado em 4 de novembro de 2021 às 16h36.
Por Andrea Fernandes, Roan Santos, Julio Pacheco, Léo Frade, Fabrício Dantas, Pedro Chiamulera e Guilherme Sá*
É muito doido estar no maior evento de tecnologia do mundo e perceber que o principal assunto trazido pelos palestrantes é o ser humano. As pessoas seguem no centro de tudo (amém!).
Esses eventos, normalmente, costumam ter um assunto que aparece em todas as apresentações. Nos últimos anos, muito se falou sobre a evolução de dispositivos e experiências mobile, blockchain, open banking.
Aqui no WebSummit, em 2021, são duas grandes pautas que colocam, no final de tudo, as pessoas no centro da discussão: o Metaverso, assunto que ficou quente após o recente anúncio de Mark Zuckerberg para a nova direção das empresas que ele comanda; e privacidade — e já faço o disclaimer: ambos estão diretamente ligados ao ser humano, mesmo que não pareça.
Vou começar me aprofundando no tal do Metaverso. Uma das grandes perguntas de todo mundo, nesse momento, é “Que raios é isso que todo mundo não para de falar?”, e logo depois, “esse Metaverso vai substituir o mundo real?”.
A resposta simples é não. A grande ideia é que o mundo real e o virtual deixem de ser coisas separadas e passem a ser um só, garantindo que a experiência do mundo virtual evolua, puxando o mundo real. A tecnologia facilitando e ampliando o ambiente físico.
Aqui ficou claro que o business do Meta não é esse ambiente digital, mas ser relevante para pessoas e, assim, conseguir capturar dados e comportamentos, teoricamente, de uma forma mais “ética” e orgânica.
É importante lembrar que, sem o mundo real, o Metaverso não existe. Um depende do outro, e é assim, mesmo com toda a tecnologia, que colocamos as pessoas em destaque.
Como as empresas vão se aproveitar do Metaverso no dia a dia? Ainda não dá pra saber, estamos longe de ter essa resposta, mas precisamos começar a pensar urgentemente.
E já que falei de ética, vale apontar que privacidade e segurança também são grandes pautas do WebSummit em 2021, começando, justamente, com o Facebook.
O talk de abertura foi uma denúncia sobre a cultura do Facebook que negligencia assuntos importantes de privacidade do usuário.
A Apple, por sua vez, transformou o que era sua maior vulnerabilidade (privacidade) em seu maior atrativo, apenas oferecendo transparência aos seus usuários.
Para mim, cada dia fica mais claro que humanizar o e-commerce é a única forma de promover experiências realmente relevantes, encantadoras e sustentáveis aos consumidores. E não pense que isso é fácil.
Esse será o desafio eterno do segmento, e o maior aliado pode ser, ao mesmo tempo, o maior inimigo. Que é a tecnologia.
A tecnologia deveria sempre priorizar a melhora na vida das pessoas, respeitar os usuários e, acima de tudo, construir confiança.
Esses três conceitos foram trazidos por Craig Federigui, vice-presidente de engenharia de software da Apple. Mas nós, do T Group, não poderíamos deixar de comentar isso.
E é exatamente por isso que convidei os amigos do T Group que estão aqui comigo para comentar o que de mais legal rolou aqui. Aí vai:
Roan Santos, da Clearsale: No ano em que o número de mulheres ultrapassou os participantes masculinos no Web Summit, um espaço tech para mulheres é um dos lugares mais legais da feira, com inovação, trocas e grandes experiências.
Julio Pacheco, diretor de comunicação do T Group: Vimos as diferentes gerações chegando e convivendo com a tecnologia. A próxima geração é a T, de TikTok e Trust (confiança). A forma de consumir e gerar conteúdo é completamente diferente do que vimos nos últimos anos.
Léo Frade, CEO da Aftersale: Poucas coisas muito fora da curva, quase tudo que estamos vendo está disponível na internet e já tivemos contato antes em algum momento. Mas sair do ambiente do dia a dia para um lugar diferente aguça seus pensamentos e traz milhões de ideias e trocas.
Fabrício Dantas, CEO da Neotrust: O Summit é um balde de conhecimento, com trocas que valem ouro. Os dados só são relevantes quando são compartilhados e usados com todo mundo.
Pedro Chiamulera, fundador do T Group e da Clearsale: Propósito não é só ajudar uma comunidade ou ação. Isso tem que estar no DNA das empresas e fazer parte do dia a dia.
Guilherme Sá, CTO do T Group: Os países estão apoiando muito a revolução digital, que é tão grandiosa quanto a revolução industrial que nos trouxe até hoje.
*Andrea Fernandes é CEO do T.Group
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