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Publicado em 20 de agosto de 2025 às 15h00.
Por Renan Mota, co-CEO e Fundador da Corebiz*
Os agentes de inteligência artificial, ou AI Agents, estão mudando o jogo no e-commerce. Eles permitem que uma loja virtual trabalhe sozinha, dia e noite, sem pausas, tomando decisões, executando tarefas e aprendendo com os resultados. A lógica é simples: você estabelece a meta, seja aumentar as vendas, melhorar a experiência de compra ou reconquistar clientes que sumiram, e o agente faz o resto. Ele entende o cenário por meio dos dados, age, testa e aprende. É um ciclo sem fim de observação, ação e melhoria.
Ao contrário de ferramentas engessadas ou automações básicas, os Agentes de IA funcionam como membros digitais da equipe, unindo inteligência e execução. Podem atuar no atendimento ao cliente, ajustar preços de forma dinâmica, manter o catálogo atualizado, otimizar a experiência do usuário, cuidar da logística e até ficar de olho no que a concorrência anda fazendo. Não se limitam a cumprir ordens, pois são capazes de analisar o contexto, criar hipóteses, testar ideias e ajustar tudo em tempo real, de acordo com os resultados.
Na prática, já existem bons exemplos. Um agente de conversão, por exemplo, consegue identificar onde os clientes estão desistindo da compra, criar variações de layout ou de chamadas para ação e rodar testes A/B para descobrir o que funciona melhor. Em outra situação, quando focado em reativar clientes inativos, segmenta a base automaticamente, cria mensagens personalizadas, testa diferentes abordagens e ajusta tudo conforme as respostas recebidas. Também há agentes que monitoram sites da concorrência em tempo real, comparam preços e promoções e mudam automaticamente os valores praticados, sempre dentro das regras que você definiu.
A base de um Agente de IA combina memória e ferramentas. A memória guarda o contexto, lembrando conversas e decisões anteriores, para que o agente mantenha coerência ao longo do tempo. Já as ferramentas, como APIs, sistemas de automação e integrações externas, ampliam o que ele pode fazer, permitindo ações que vão muito além do que está “na cabeça” dele. Em operações mais robustas, dá até para criar times de agentes que trabalham junto com o time humano, formando squads híbridos. Desenvolvedores, designers, analistas e profissionais de marketing podem colaborar com agentes especialistas em conversão, experiência do usuário, DevOps, CRM e muito mais.
Para dar os primeiros passos, a dica é começar pequeno. Escolha um problema real do negócio, crie um comitê interno para cuidar da IA, defina metas claras, construa e treine o agente e, depois, vá integrando aos poucos. Quando os resultados aparecerem, aí sim é hora de expandir para outras áreas.
Esses agentes não existem para substituir pessoas, mas para aumentar a capacidade de times motivados e competentes. Eles assumem tarefas repetitivas, aceleram processos e permitem que o time humano se dedique ao que realmente importa, que é criar, inovar e tomar decisões estratégicas. Um Agente de IA pode trabalhar fora do horário comercial e fazer coisas que um humano não conseguiria sozinho, mas o verdadeiro valor vem da parceria entre tecnologia e pessoas.
*Renan Mota, co-CEO e Fundador da Corebiz, empresa que faz parte do WPP e é referência na implantação de negócios digitais na Europa e na América Latina. Conta com escritórios no Brasil, México, Chile, Argentina e Espanha, e já executou projetos em mais de 43 países entre as maiores marcas do mercado, com serviços de implantação e crescimento de e-commerce, SEO, mídia, CRM e CRO.