(Constantine Johnny/Getty Images)
Isabela Rovaroto
Publicado em 30 de dezembro de 2020 às 14h26.
A coluna Bússola & Cia perguntou a alguns dos principais empresários e executivos do país o que eles esperam da economia em 2021. Veja a segunda parte das respostas nesta semana. E que as melhores projeções se tornem realidade no novo ano, trazendo riquezas, renda e empregos para todos os brasileiros.
“Nosso ano tem sido desafiador, pois a pandemia provocou grandes incertezas na sociedade. E esse cenário, além da crise sanitária de grandes proporções, promoveu impactos significativos na economia mundial. Por outro lado, no mundo todo, a inovação e a digitalização ganharam força, aceleraram diversos negócios e demandou um novo estilo de trabalho em formato “home office”. Para 2021, a esperança em uma vacina traz otimismo, com perspectivas para retomada do comércio e fortalecimento da indústria, e possivelmente maior equilíbrio nos indicadores econômicos. Estamos otimistas que, em 2021, continuaremos crescendo, inovando e evoluindo.”
Cesario Nakamura - Presidente da Alelo
“A economia em 2021 no Brasil será impactada novamente pela situação sanitária, requerendo flexibilidade e inovação. Com a COP 26, organizada em novembro em Glasgow, o Brasil terá uma oportunidade para liderar a mudança climática com a agricultura de baixo carbono e energias renováveis.”
Philippe Ryser - CEO da Ceptis SA
“Espero que a economia do país se recupere de forma rápida e segura, com investimentos sólidos e eficientes nos setores mais atingidos pela pandemia, como a cultura e o audiovisual. Em respeito aos cinemas, trabalhamos muito para ter o máximo em segurança e torço para que possamos ter um ano de retomada completa das atividades, com grandes filmes sendo lançados e espectadores seguros e felizes por estarem vivenciando novamente essa experiência mágica e única que só o cinema pode proporcionar.”
Luiz Severiano Ribeiro Neto - Presidente do Kinoplex
“O ano de 2020 foi bem desafiador não só para nós. Mas, como estamos presentes com os nossos serviços em diversos setores da economia, conseguimos assim sentir um pouco das dificuldades de diferentes áreas e seus impactos. Acredito que tenhamos uma definição do cronograma de vacinação nas próximas semanas e, assim, uma retomada nos próximos meses. A nossa expectativa é de uma reabertura gradual das atividades durante o primeiro semestre, e, no segundo semestre, com a reabertura total, uma forte recuperação da economia. Claro que, para a economia de fato decolar, precisamos estancar a pandemia e continuar com as reformas estruturantes no Congresso.”
Bruno Jouan - CEO da Gocil
“O pior ficou pra trás. No ano que vem, manteremos o ritmo de recuperação que foi iniciado no fim do segundo trimestre de 2020. Projetamos que o consumo de combustíveis, em 2021, irá superar os indicadores de 2019. Estamos com uma rede sólida e bem posicionados para capturar o crescimento do setor. Com a vacinação, estímulo de maiores investimentos e funcionamento integral da economia, o setor de distribuição poderá ter seu vigor total recuperado e acelerar ainda mais em 2022.”
Marcelo Araujo - Presidente da Ipiranga
“O Brasil é um país com grandes oportunidades no setor de petróleo e gás, especialmente no pré-sal, onde é possível produzir petróleo a custos competitivos, resilientes diante da volatilidade de preço do Brent. Em 2021, o ambiente de negócios permanecerá desafiador, e, para manter a atratividade e a competitividade do Brasil frente a outros países, será importante que o país continue promovendo um arcabouço regulatório e político estável para estimular a continuidade dos investimentos da nossa indústria. Com projetos de longo prazo, a previsibilidade é fundamental para manter o patamar de investimentos. O Brasil também deve integrar os desafios da transição energética e a redução de gases de efeito estufa (GEE) em seu ambiente de negócios, com estímulo à tecnologia e à inovação em todos os setores da economia.”
Philippe Blanchard - Diretor Geral da Total E&P do Brasil
“2021 será um ano de desafio econômico e regulatório para o transporte rodoviário. O principal objetivo do setor é a recuperação das perdas de mais de 60% de faturamento em 2020, mantendo o compromisso com nossos passageiros: qualidade e segurança, com preços acessíveis. O transporte rodoviário confia na responsabilidade do Poder Público, no sentido de oferecer um ambiente regulatório equilibrado e seguro ao transportador regular, livre dos prejuízos causados pela operação dos serviços clandestinos.”
Eduardo Tude - ABRATI
“A economia vem demonstrando uma recuperação gradual neste final de 2020, com perspectivas positivas para o próximo ano, suportadas pelas taxas de juros menores e com a esperança de que os impactos globais causados pela pandemia sejam minimizados com a chegada das vacinas. As empresas, por conta de uma mudança de cultura imposta pela realidade atual, se adaptaram ao melhor uso e aproveitamento da tecnologia e, no geral, estão com as operações mais otimizadas, refletindo em maior produtividade e menores custos.”
Eduardo Albano - COO da Ubook
“Apesar de acreditar que o impacto da pandemia ainda vá perdurar pelo próximo ano em vários setores, especialmente na área da saúde, tenho uma perspectiva positiva sobre a recuperação econômica do país. Acredito que, a longo e médio prazo, começaremos a notar um restabelecimento da economia, pautado pela regularização das atividades e a chegada de novos investimentos no país, que irá beneficiar vários setores, e consequentemente, proporcionará uma melhora na qualidade de vida dos brasileiros.”
Romeu Scofano - Presidente da Unimed-Rio
“O ano de 2021 já vai ser voltado para as discussões das eleições de 2022. Na economia, a situação começa a mudar e Brasil tem que tomar cuidado para não vulnerabilizar suas finanças, prejudicando acesso ao crédito e tornando financiamento mais restritivo. Se a política fiscal não for bem feita, o volume de investimentos e o acesso a capitais poderão sofrer. Brasil precisa voltar para a régua de disciplina fiscal para não ter desarranjo na taxa de juros e não espantar o mercado de estabilidade de crédito.”
Eduardo Mufarej - Fundador do RenovaBR
“Este ano de 2020 nos trouxe reflexões e alguns aprendizados, sobretudo por causa da maior crise sanitária global dos últimos 100 anos com a pandemia da Covid-19, que impactou não apenas os sistemas de saúde, mas também a economia. Para 2021, o Qsaúde mantém o foco no investimento ao cuidado integral e coordenado à saúde, porque acreditamos que é o melhor modelo para contribuirmos com a sustentabilidade do setor, graças ao uso racional de recursos e atendimento ágil e acolhedor.”
Anderson Nascimento - Vice-presidente Executivo do Qsaúde
“Sem dúvida nenhuma, o ano de 2020 foi um dos mais desafiadores para todos os setores da economia e, para o mercado segurador não foi diferente, pois mudamos a relação de convívio com as pessoas, nossa rotina do dia a dia e a maneira como trabalhamos. Focamos em inovação e tecnologia através da digitalização dos nossos processos e simplificação da nossa comunicação a fim de atender às necessidades do novo normal e, principalmente, dos nossos consumidores, corretores, parceiros comerciais e colaboradores. Garantir um presente e futuro mais seguros faz parte do nosso propósito como companhia. E, para 2021, temos planejado lançamento de soluções de produtos, mais investimento em inovação e tecnologia, patrocínio de ações com foco em planejamento e educação financeira, maior exposição da marca ao mercado, fechamento de novas parcerias, facilidade nos nossos fluxos e processos, e expansão de atuação no mercado segurador. Nosso objetivo é e continuará sendo colocar o cliente no centro das nossas decisões, proporcionando a melhor experiência para todos os participantes do nosso ecossistema, sejam eles consumidores, corretores, parceiros comerciais, imprensa e sociedade.”
Raphael de Carvalho - CEO da MetLife Brasil
“A nossa expectativa é que 2021 seja um ano melhor que 2020. Esperamos uma retomada no setor de saúde suplementar, que já registrou um breve crescimento no número de usuários no último balanço, realizado em novembro. Torcemos por um equilíbrio no controle da pandemia enquanto aguardamos a vacina e uma estabilização no cenário político-econômico, permitindo a geração de empregos e de oportunidades de crescimento para o nosso segmento. Há também uma expectativa em relação à Reforma Tributária, que deve ter impacto positivo na economia. Por outro lado, a não renovação do auxílio emergencial pode, de alguma forma, reduzir o crescimento econômico.”
Franklin Padrão - Presidente da Golden Cross
“2021 será desafiador, mas também apresentará oportunidades para modelos de negócio que se reinventaram durante a crise e aceleraram mudanças. A economia como um todo ainda deve ‘andar de lado’, diante dos impactos de segunda ordem dos efeitos da Covid. Saúde e bem-estar passam a ser temas ainda mais relevantes para as pessoas e empresas. Entender o comportamento ‘híbrido’ dos consumidores também será fundamental. Crises geram oportunidades!”
Leandro Caldeira - CEO Latam do Gympass
“Em 2020, a pandemia trouxe uma preocupação renovada com a saúde preventiva e o ato de se cuidar. Para 2021, vemos este cenário, aliado com a retomada da economia e da geração de empregos. Vemos os indivíduos investindo mais em saúde e bem-estar. Com isso, a Alliar espera crescer não apenas no seu ‘core business’, mas também com o iDR (nossa Health Tech de serviços pra clinicas e hospitais) e nosso marketplace de Saúde.”
Sami Foguel - CEO da Alliar
“Estou muito esperançoso com o novo ano. Acredito que 2021 será um ano de oportunidades. Com a taxa de juros baixa, fará com que haja menos especulação e mais investimento na economia real, gerando novos negócios e empregos. Nós já estamos sentindo esse crescimento desde já. Nesse último trimestre, fechamos dez novas operações para a orla do Rio.”
João Marcello Barreto - Presidente da Orla Rio
“Apesar de o ano de 2020 ter sido bastante desafiador, conseguimos crescer ajudando mais brasileiros a sanarem as suas dívidas e assim reingressarem no mercado de crédito. Tomamos medidas para facilitar a negociação de dívidas e dar maior incentivo para o uso de canais digitais. Acreditamos que, em 2021, teremos ainda mais demanda, pois a crise gerou novas dívidas que ficarão disponíveis para o mercado de NPL ao longo de 2021. Inclusive, já começamos a observar interesse de empresas que não tinham tradição de venda de carteira NPL, como utilities, educacional, varejo, bancos digitais e cooperativas. Estamos otimistas pela previsão de retomada da economia que ajudará mais clientes a renegociarem as suas dívidas.”
Wagner Sanches - Presidente da Recovery
“Espero uma economia mais forte em 2021, especialmente porque já existem vacinas aprovadas sendo utilizadas no combate à Covid-19. Isso tende a ajudar na normalização das interações interpessoais. Ainda assim, o Brasil precisa de uma agenda constante e profunda de reformas para melhorar o ambiente de negócios de modo mais acentuado para então capturar um ciclo longo de crescimento.”
Lucas Nazário – CEO da Knewin
“O próximo ano será mais desafiador no setor econômico, visto que temos um longo caminho de recuperação pela frente. A digitalização resultante da pandemia, que atingiu diversas áreas da economia, deve se consolidar e viabilizar soluções mais objetivas e customizadas. Somadas ao surgimento de novas fintechs, tais ferramentas vão contribuir para trazer resultados positivos às empresas, à população e ao país como um todo.”
João Miranda - Fundador e CEO da Hash, fintech de meios de pagamento
“Nossa rede de clínicas enfrentou em 2020 a sua maior crise, na qual o faturamento chegou a cair 93% em seu auge. Ainda assim, apostamos na aceleração de nossa recuperação e investimos 400% a mais em marketing e tiramos do papel projetos como um aplicativo de telemedicina, o Portal SO.U + Bem-Estar e o Instituto Montserrat Baches, de pesquisa e tratamento cirúrgico de pessoas carentes. Enxergo o retorno de forma gradual, não será uma recuperação em V. Mas estou otimista para 2021, pois a sociedade como um todo está aprendendo a retomar o ritmo de vida apesar da presença da doença e estou muito confiante com a chegada da vacina. Projetamos um faturamento 35% maior ao final do próximo ano, comparativamente a 2019.”
Dr. Pedro Baches Jorge - Fundador da Clínica SO.U
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