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Coluna diária de Alon Feuerwerker lembra que a população costuma creditar ao governo as medidas, populares ou amargas, que afetam a sua vida

Palácio do Planalto: "Quem vem faturando politicamente é o governo, mais precisamente o presidente da República" (Paulo Whitaker/Reuters)

Palácio do Planalto: "Quem vem faturando politicamente é o governo, mais precisamente o presidente da República" (Paulo Whitaker/Reuters)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 29 de setembro de 2020 às 21h28.

Os meios de comunicação explicaram ad nauseam que o governo queria um auxílio emergencial de 200 reais e quem forçou o aumento para 600 foi o Congresso. Resultado? Quem vem faturando politicamente é o governo, mais precisamente o presidente da República. E não os deputados e senadores.

O povo é sabido. Sabe que quando o governo não quer soltar um dinheiro ele, governo, luta até o último homem para segurar a coisa na boca do caixa. Ou seja, se pagaram os 600 por mês foi porque o governo concordou. Então parabéns ao governo.

Pela mesma lógica, é ilusão imaginar o povão caindo na conversa de que eventuais "medidas amargas" (leia) serão culpa do Legislativo. O Palácio do Planalto pode correr mas não conseguirá fugir. Os efeitos de aumento de impostos e corte de benefícios no humor coletivo vão em algum grau bater na porta dele.

E deixar para depois da eleição é brincar com fogo. Estelionatos eleitorais têm custo. Se for para fazer, é melhor assumir, explicar e preparar-se para o impacto. Ou alguém acha que os candidatos e militantes da oposição não vão desde já bater na tecla de que o eleitor está mais uma vez a caminho de ser enganado?

*Analista político da FSB Comunicação

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