(izusek/Getty Images)
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Publicado em 23 de junho de 2024 às 07h00.
Por Nadia González*
Estou convencida de que, nas últimas décadas, as mulheres ousaram mudar estereótipos estudando e praticando engenharia. A inclusão do gênero feminino nas carreiras STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) tem alcançado progressos significativos que mostram um futuro promissor. Por isso, tenho orgulho de celebrar todos os anos o Dia Internacional da Mulher na Engenharia, em 23 de junho. Faço questão de sensibilizar as pessoas para a importância de termos mais mulheres nestas profissões e destacar a valiosa contribuição que elas têm no desenvolvimento econômico do país e do mundo.
É verdade que ainda prevalecem desafios sobre os quais devemos continuar a trabalhar para alcançar a verdadeira igualdade de gênero. Os dados do México refletem que durante o quarto trimestre de 2023, os homens representavam 77,4% dos engenheiros industriais, enquanto 22,6% correspondiam a mulheres. No Brasil, o percentual de mulheres registradas como engenheiras corresponde a 19,3% (199.786 mulheres engenheiras) do total de 1.035.103 profissionais de engenharia registrados no país. Me alegra constatar que esse percentual cresce a cada ano, seguido também de maior presença feminina nos cursos superiores de engenharia.
Estou ansiosa por um dia viver num mundo em que tenhamos profissionais femininas que contribuam para melhorar a sociedade e inspirem homens e mulheres a estudarem carreiras em ciência, tecnologia, engenharia ou matemática. Cada um de nós, independentemente do gênero, tem a capacidade inerente de seguir qualquer caminho que desejarmos, incluindo, claro, carreiras STEM.
O empoderamento das mulheres está em ascensão, é crucial reconhecer e quebrar o mito de que certas áreas estão reservadas a um gênero ou a outro. Tanto os exemplos históricos como os contemporâneos servem como prova viva de que as mulheres se destacaram e continuam a destacar-se em empreendimentos científicos e de engenharia.
Lembremos de Hedy Lamarr, que inventou o sistema de comunicações por controle remoto para o exército dos EUA, que serviu de base para as conexões Bluetooth e Wi-Fi que usamos hoje. Ou pensemos em Marie Curie, uma das cientistas mais reconhecidas da história. Através da sua investigação inovadora sobre a radioatividade, ela revolucionou a nossa compreensão do mundo atómico, tornando-se a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel e a única pessoa a receber Prêmios Nobel em múltiplas disciplinas científicas. Sua mente curiosa, dedicação e busca incansável por conhecimento abriram caminho para futuras gerações de mulheres na ciência.
É interessante notar que a América Latina esteja acima da média mundial, com 35% de representação feminina em cargos de gestão de topo, uma percentagem ainda superior à da América do Norte e da União Europeia, com 33%, mas ainda abaixo da África, com 40%. e Ásia, com 37%.
As possibilidades para as mulheres que decidem aventurar-se numa carreira STEM são ilimitadas, mas considero necessário que a base familiar motive e incite nas jovens meninas o interesse de se tornarem engenheiras, cientistas, matemáticas de sucesso, físicas renomadas. Sempre respeitando as decisões de cada uma delas.
Como organizações, devemos também assumir o compromisso de elevar e inspirar as gerações futuras a participarem em carreiras STEM. Sejamos modelos para futuras líderes de empresas líderes no Brasil, na América Latina e em todo o mundo. Honramos o passado, abraçamos o presente e aspiramos a um futuro onde a igualdade de gênero em STEM não seja apenas um objetivo, mas uma realidade.
*Nadia González é vice-presidente da Thales para América Latina.
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