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Desvendando o valor da empatia e da compaixão em sua jornada de desenvolvimento

Em seu novo artigo, Cristiano Zanetta destaca a importância dos valores humanos no processo de crescimento pessoal e profissional através da "Ciência do Batman”

"A empatia é a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos " (SDI Productions/Getty Images)

"A empatia é a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos " (SDI Productions/Getty Images)

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Publicado em 3 de novembro de 2023 às 07h00.

Última atualização em 3 de novembro de 2023 às 20h04.

*Por Cristiano Zanetta

Empatia e compaixão, dois traços inerentes à condição humana, desempenham um papel não apenas crucial, mas transformador no âmbito do desenvolvimento pessoal e profissional. 

A capacidade de nutrir essas virtudes não apenas enriquece a qualidade de nossa vida e carreira, mas também atua como um catalisador para relacionamentos mais saudáveis, ambientes de trabalho mais produtivos e um sentido de propósito maior.

Assim, ao compreender a relevância desses valores e explorar maneiras mais eficazes de incorporá-los em nossa rotina diária, desempenhamos um papel vital no processo de aprimoramento pessoal. Isso nos leva a questionar: por que e de que maneira devemos ampliar nossos níveis de empatia e compaixão?

A empatia é a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos dos outros. Ela nos permite não apenas enxergar o mundo a partir de diferentes perspectivas, mas também nos ajuda a nos conectar em um nível mais profundo com as experiências e emoções das pessoas ao nosso redor. No meu livro, 'A Ciência do Batman', exploro detalhadamente como a combinação de empatia e compaixão é fundamental na transformação social e coletiva.

No ambiente profissional, a empatia desempenha um papel vital, aprimorando a comunicação eficaz e servindo como base para colaboração bem-sucedida e resolução construtiva de conflitos. Líderes empáticos têm o poder de inspirar suas equipes, criando um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, onde os funcionários se sentem valorizados e compreendidos.

Em um estudo recente publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, o neurocientista Dan-Mikael Ellingsen e sua equipe exploraram o impacto da empatia médica no alívio da dor. Eles usaram ressonância magnética funcional (RMF) para analisar o cérebro de pacientes com dor crônica. Durante o estudo, metade dos pacientes enfrentou estímulos dolorosos sozinhos, enquanto a outra metade teve a presença de um médico. Aqueles que interagiram com o médico antes dos exames relataram menos dor do que os que não tiveram essa interação. 

A habilidade de compreender e compartilhar as experiências dos outros não apenas enriquece a nossa humanidade, mas desempenha também um papel fundamental em nossa eficácia na resolução de conflitos. 

Além disso, a capacidade de compreender as perspectivas e necessidades dos outros está intimamente ligada ao senso de comunidade. Portanto, ao explorarmos o papel da empatia e da compaixão em nosso desenvolvimento individual, não podemos subestimar seu potencial para gerar um impacto positivo na sociedade como um todo.

O estudo "A Importância da Empatia na Qualidade de Liderança", conduzido pela Community, destaca a empatia como a habilidade de liderança mais crucial, seguida pela assertividade, foco em metas, autenticidade e uma atitude positiva. No entanto, é alarmante notar que aproximadamente 80% dos funcionários já cogitaram trocar de emprego devido às atitudes de seus superiores, com quase metade deles efetivamente pedindo demissão. 

Em uma lista de 15 qualidades que um líder pode possuir, a empatia sobressai como a mais fundamental, com o respaldo de 75% dos colaboradores, que a reconhecem como uma competência de liderança essencial. Além disso, uma esmagadora maioria de 96% dos entrevistados concorda que líderes empáticos são substancialmente mais eficazes e que uma liderança empática e humanizada tem o potencial de efetuar mudanças notáveis nas equipes e organizações como um todo.

A compaixão, por sua vez, representa a capacidade não apenas de sentir empatia, mas de agir para aliviar o sofrimento alheio. No ambiente profissional, a compaixão desempenha um papel igualmente crucial: líderes compassivos demonstram uma notável aptidão para compreender as necessidades de seus colaboradores, oferecer apoio ativo e fomentar o crescimento pessoal. 

Isso se traduz em equipes mais motivadas e produtivas, uma vez que a compaixão não apenas nutre o bem-estar individual, mas também fortalece o tecido coletivo das organizações.

A liderança compassiva, respaldada por evidências científicas, encontra sua base no estudo publicado no livro "The Oxford Handbook of Compassion Science". Esse estudo não apenas valida a importância da compaixão, mas também revela o seu potencial como uma força transformadora com a capacidade de gerar impactos profundamente positivos em níveis individuais, organizacionais e culturais. 

Como resultado, a liderança compassiva emerge como uma via promissora para a transformação positiva das empresas, promovendo uma cultura que prospera nos negócios, além de possuir potencial para melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas envolvidas.

Cultivando empatia e compaixão através do trabalho social 

Cultivar a empatia e a compaixão não difere da busca de conhecimento para aprimorar a inteligência intelectual. Requer dedicação semelhante, incluindo leitura, estudo e busca de orientação, seja por meio de um mentor ou guia, para orientar o caminho que desejamos trilhar. Além disso, o envolvimento em trabalhos sociais pode ser um recurso valioso para desenvolver e fortalecer essas qualidades essenciais.

É fundamental reconhecer que o trabalho social vai muito além da ideia equivocada de que quem ajuda deve se beneficiar de alguma forma mais do que aqueles que são auxiliados. O verdadeiro voluntariado implica a disposição de direcionar esforços e recursos para auxiliar os outros, mesmo que isso envolva desconforto pessoal - e é isto que o tornará mais resiliente diante das circunstâncias da vida. 

Nesse processo, você investe parte de si mesmo nas ações que realiza, e é uma tarefa que exige constância, demandando horas e dias dedicados de maneira consistente, muito semelhante a qualquer outro compromisso profissional.

Todos os conceitos apresentados neste artigo têm raízes em meu livro 'A Ciência do Batman', onde destaco a humanização como a força motriz que inspira as pessoas a fazer a diferença. Essa perspectiva é reforçada pela experiência que adquiri em mais de 15 anos de dedicação às ações sociais em áreas oncológicas em todo o país. Esta trajetória prática, aliada aos princípios de empatia e compaixão explorados, reforça a noção de que a humanidade pode moldar o destino.

*Cristiano Zanetta é empresário, palestrante TED,  filantropo reconhecido pela Warner Bros e autor do livro "A Ciência do Batman".

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