Bússola

Um conteúdo Bússola

De predição a ação: como entender o consumidor na era digital

A velocidade das redes sociais redefine o comportamento de compra, e as marcas precisam se adaptar para acompanhar esse movimento

Dark skinned woman uses modern mobile phone and credit card, does online shopping, makes order via internet, inserts bank account information, stands against clothing racks. Big sale concept (Freepik)

Dark skinned woman uses modern mobile phone and credit card, does online shopping, makes order via internet, inserts bank account information, stands against clothing racks. Big sale concept (Freepik)

Bússola
Bússola

Plataforma de conteúdo

Publicado em 3 de novembro de 2025 às 15h00.

Por Carolina Soares, Diretora de Novos Negócios na Infracommerce.

O consumo nunca foi tão rápido, emocional e coletivo. Em poucos minutos, uma tendência nasce nas redes, se espalha por algoritmos e transforma a forma como as pessoas pensam, compram e se relacionam com as marcas. 

Um vídeo curto, um comentário, uma recomendação espontânea, qualquer um desses gatilhos pode redefinir o que é desejado. O consumo, hoje, é comportamento em movimento.

As motivações de compra deixaram de ser previsíveis. O que antes era impulsionado por campanhas e calendários agora é guiado por conexões, pertencimento e emoção. As redes sociais transformaram o desejo em um fenômeno social em que curiosidade e identificação se misturam. 

A decisão de compra acontece no momento em que o consumidor se reconhece na experiência do outro. Comprar é, de certa forma, participar.

Por trás desse processo existe uma lógica neurológica poderosa

A dopamina da descoberta, a validação social de uma tendência e o prazer da identificação influenciam o cérebro antes mesmo que a razão entre em cena. 

O consumo é guiado por estímulos emocionais sutis e, por isso, escapa aos modelos de previsão tradicionais. Entender o consumidor hoje é, antes de tudo, entender o que o motiva a agir.

As marcas estão no centro dessa transformação. Elas deixaram de ser apenas emissoras de mensagens e passaram a atuar como organismos vivos dentro das redes, observando, interagindo e respondendo em tempo real aos movimentos do público. As que se destacam são aquelas que entenderam que presença digital não é sobre frequência, mas sobre relevância. 

Criar conexão genuína exige leitura de contexto, coerência de propósito e capacidade de dialogar com comunidades que se formam e se dissolvem em poucos dias. Nesse novo cenário, a consistência e a escuta se tornaram tão valiosas quanto o alcance.

Um exemplo recente desse novo modelo de engajamento vem da Dux, marca brasileira de suplementos que registrou um aumento expressivo nos pedidos após uma campanha com influenciadores voltada ao público fitness. 

A ação combinou autenticidade e propósito: os criadores compartilharam suas rotinas e resultados reais, sem roteiros engessados, o que gerou identificação imediata e impulsionou o desejo de experimentação. 

Mais do que divulgar produtos, a Dux ativou um senso de comunidade, em que o consumo se tornou extensão de estilo de vida, uma demonstração de como o poder das conexões humanas redefine o desempenho comercial.

O desafio está em acompanhar essa imprevisibilidade sem perder consistência

Já não basta observar o que vendeu, é preciso compreender por que vendeu. Cada clique, busca e comentário é uma pista de intenção, e a leitura desses sinais define quem consegue reagir a tempo. 

O sucesso no varejo não depende apenas de previsão, mas da capacidade de interpretar sinais em um cenário em constante mutação.

Nesse cenário, a previsibilidade deixa de ser sobre adivinhar o futuro e passa a depender da capacidade de entender o agora. 

O consumo é, acima de tudo, humano. Ele revela o que as pessoas valorizam, aspiram e compartilham. E quanto mais imprevisível ele se torna, mais desafia as empresas a evoluírem. O futuro do varejo não será definido por quem tenta controlar o comportamento, mas por quem consegue entendê-lo com profundidade. 

 

 

 

Acompanhe tudo sobre:Consumidores

Mais de Bússola

3 passos para escalar desenvolvimento interno com o uso de IA

Nova era das TVs conectadas gera nova disputa publicitária pela atenção

Com IA, empresa de tecnologia reduz prazo de tarefa de 2 anos para 10 meses

IA pode ajudar instituições financeiras frente à judicialização em massa