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Danilo Maeda: O que esperar da agenda ESG em 2023?

Cenários de sustentabilidade geram valor para a sociedade e colaboram com o desenvolvimento de um futuro mais sustentável e inclusivo

2023 começou há pouco, mas muito já aconteceu (Khaosai Wongnatthakan/Getty Images)

2023 começou há pouco, mas muito já aconteceu (Khaosai Wongnatthakan/Getty Images)

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 10h00.

Última atualização em 13 de outubro de 2023 às 20h48.

Com tudo que já aconteceu este ano, parece que estamos em 2023 há alguns meses. Mas ainda é 10 de janeiro e, portanto, há tempo de apresentar uma lista de tendências que podem ser esperadas para os próximos meses como temas relevantes para a agenda de sustentabilidade corporativa. Não pretendo listar tudo o que irá repercutir no ano (afinal o mundo tem se provado altamente imprevisível), mas vale apontar alguns temas que serão certamente muito relevantes. Vamos a eles:

Justiça climática

A COP27 conseguiu oficializar a “criação de novos mecanismos de financiamento para ajudar países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis para os efeitos adversos das mudanças climáticas”, mas ainda não detalha como será o financiamento: o acordo previu a criação de uma “comissão de transição” para operacionalizar o mecanismo, identificar as fontes de financiamento e definir os termos de acesso aos recursos – detalhes que serão formalizados na COP28, que acontecerá em novembro de 2023 nos Emirados Árabes Unidos. Enquanto isso, os debates sobre o tema devem amadurecer nos próximos meses.

Inclusão social

Expectativas macroeconômicas que incluem baixo crescimento e risco de inflação devem pressionar populações vulneráveis, aprofundar as desigualdades e manter o tema em evidência. Espera-se alto nível de engajamento da sociedade civil na promoção da igualdade, em linha com ODS 10 (redução das desigualdades).

Gestão de cadeias de valor

Aspecto puxado pelo crescimento do consumo consciente e da demanda social por responsabilidade e engajamento socioambiental das marcas. Além disso, a estruturação de iniciativas setoriais e investimentos para rastreabilidade em cadeias críticas trazem outro vetor de visibilidade para o tema, desta vez provocado pela própria indústria. Desta forma, produção livre de desmatamento e de vulnerabilidades sociais tornam-se requisitos mais que desejáveis.

Riscos socioambientais em evidência

Essa tendência deve ficar ainda mais clara com o relatório do Fórum Econômico Mundial que deve sair na próxima semana. Nos últimos anos, o documento tem sido dominado por temáticas ESG. Em 2022, por exemplo, oito dos dez riscos mais relevantes mapeados pela instituição eram sociais ou ambientais.

Combate ao desmatamento

Com o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima sob nova gestão, é esperada para 2023 um reforço das estruturas de fiscalização e combate ao desmatamento ilegal, maior participação nos debates internacionais, parcerias com outras áreas do governo, sociedade civil e iniciativa privada. Entre os anúncios da nova estrutura, destaca-se a criação de uma secretaria específica para controle do desmatamento, indicando a relevância do tema. Além disso, é esperada para março ou abril a criação da Autoridade Nacional de Segurança Climática.

Transparência

Seja via impulsos regulatórios ou mecanismos de mercado, deve continuar crescendo a demanda por divulgação de informações claras, tempestivas, comparáveis e confiáveis sobre desempenho das organizações em temas ESG. Qualificação das informações disponíveis deve ser pauta importante, bem como conexão entre investimentos ESG, geração valor e estratégias de perpetuidade.

Que neste e nos próximos anos saibamos navegar por tais cenários enquanto geramos valor para a sociedade e participamos do desenvolvimento de um futuro mais sustentável e inclusivo.

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