Bússola

Um conteúdo Bússola

Danilo Maeda: Inovação e parceria para sustentabilidade

Diante dos desafios gigantescos da atualidade, emerge a necessidade de investimento em inovação e de parcerias para se obter bons resultados

Projetos individuais têm impactos muito menores (Galeanu Mihai/Getty Images)

Projetos individuais têm impactos muito menores (Galeanu Mihai/Getty Images)

B

Bússola

Publicado em 14 de junho de 2022 às 17h19.

Por Danilo Maeda* 

À medida que as organizações avançam na gestão de seus impactos materiais e no engajamento de stakeholders, é esperado que novas oportunidades de negócio sejam descobertas. Porém, como é relativamente comum, as organizações não detêm todos os recursos necessários para desenvolver soluções que permitam capturar essas oportunidades. 

Em situações como essas, e diante dos desafios gigantescos que temos a endereçar como sociedade, emerge a necessidade de investimento em inovação no estabelecimento de parcerias como forma de se obter bons resultados. Nas palavras dos professores Benoit Leleux e Jan van der Kaaij, no excelente livro Winning Sustainability Strategies: Finding Purpose, Driving Innovation and Executing Change, “a colaboração entre empresas e stakeholders externos é um pré-requisito para alcançar os ambiciosos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), particularmente para o desenvolvimento e entrega de inovação para a sustentabilidade. No entanto, muitas empresas lutam com o desenvolvimento e a implantação de tais parcerias.” 

Os dados corroboram essa visão. Segundo uma pesquisa do MIT Sloan, menos da metade (47%) de todas as empresas está ativamente engajada em parcerias relacionadas à sustentabilidade, enquanto a maioria (61%) dessas empresas avalia suas colaborações como "razoavelmente" ou "muito" bem-sucedidas. 

Segundo Leleux e Kaaij, outros aspectos relevantes para o sucesso de programas de inovação são a qualidade dos processos e o envolvimento das lideranças. “Não é a quantidade de investimento ou mesmo as soluções tecnológicas aplicadas que impulsionam o sucesso; são processos bem organizados e o envolvimento total dos funcionários e da alta gestão”, argumentam.  

A visão é complementar à apresentada por autores focados em transformação digital e inovação, como Michael Wade, Jeff Loucks, James Macaulay e Andy Noronha, responsáveis pelo ilustre “Digital Vortex: How Today's Market Leaders Can Beat Disruptive Competitors at Their Own Game”. Nessa obra, os autores argumentam ser necessário promover integração entre os ambientes interno e externo para  construir um ambiente que viabilize a inovação:  

Além de proporcionar novas ideias para geração de valor a seus clientes e outros stakeholders, as organizações voltadas para o desenvolvimento sustentável podem se deparar com desafios setoriais, para os quais a criação de coalizões pode ser uma boa estratégia. O potencial de alcance e impacto de iniciativas como essa é amplificado pela reunião das capacidades de empresas do mesmo setor que, se tentassem realizar tal projeto individualmente, poderiam ter um impacto sistêmico consideravelmente menor.  

*Danilo Maeda é head da Beon, consultoria de ESG do Grupo FSB 

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube

Veja também

BÚSSOLA & CIA: Perdas climáticas aumentam em 27% prejuízo neste século 

ESG: Código Florestal faz 10 anos, a passos lentos e sob ameaças 

João Alberto Abreu: A essência da ferrovia sempre foi ESG 

Acompanhe tudo sobre:SustentabilidadeInovaçãoGovernança

Mais de Bússola

Opinião: Gás do Povo é uma parceria que garante o futuro energético do Brasil

Aplicativo de vídeos curtos faz parceria com Ministério da Justiça para combater golpes online

Avanço da conectividade em áreas rurais impulsiona adoção da IoT no agronegócio brasileiro

O que é o intraempreendedorismo e como ele gera inovação no mercado corporativo