Coronavírus: paciente de 60 anos é um caso único no mundo. (Naeblys/Getty Images)
Bússola
Publicado em 2 de março de 2022 às 11h59.
Última atualização em 2 de março de 2022 às 12h04.
Por Marcelo Tokarski*
A terceira onda de covid-19 no Brasil segue perdendo força em ritmo bastante acelerado. São três semanas de forte desaceleração no número de novos casos e duas de queda na média diária de mortes. Se o feriado de Carnaval não provocar um repique no contágio em todo o país, a tendência é que dentro de duas ou três semanas estejamos em uma situação de maior controle da pandemia.
A média móvel de novos casos registrados por dia atingiu no último domingo 79.985, uma expressiva queda de 41% na comparação com duas semanas atrás. Desde 3 de fevereiro, quando o contágio atingiu o patamar recorde de 189.526 novos casos por dia, o recuo é de 58%.
É bom lembrarmos que ter quase 80 mil novos contaminados por dia ainda representa um patamar elevado. No pior momento da segunda onda, no final de junho do ano passado, tínhamos uma média de 77 mil novos casos diários. Mas a boa notícia é que o número de vítimas feitas pelo coronavírus vem caindo desde 11 de fevereiro.
Naquele dia, a média móvel de mortes havia atingido 951 óbitos por dia, até aqui o pico desta terceira onda. Também neste domingo, a média diária chegou a 693. Na comparação com duas semanas atrás, a queda é de 21%. Em relação ao pico do dia 11 de fevereiro, o patamar atual é 27% inferior. Também foi a primeira vez desde 2 de fevereiro que a média móvel de mortes ficou abaixo de 700 por dia.
650 mil
Os números atuais trazem alento na semana em que o Brasil vai romper a casa das 650 mil mortes por covid-19, o que tende a ocorrer nesta terça-feira de Carnaval. Na quinta, pela tendência atual, o mundo também deve ultrapassar a triste marca de 6 milhões de vidas perdidas para a pandemia.
Apesar da melhora, o Brasil ainda continua sendo um dos locais do mundo em que mais a covid tem feito vítimas. Em números absolutos, a média de 693 mortes diárias só fica atrás de Estados Unidos (1.755) e da Rússia (763). O quarto país nesse triste ranking é o México (343), com a metade do número de mortes do Brasil.
Já na comparação com o tamanho da população de cada país, somos o 13º com mais vítimas por dia, média de 3,23 óbitos para cada grupo de 1 milhão de habitantes. O pior cenário hoje se dá na Dinamarca, com taxa de 6,68 mortes diárias por 1 milhão. Chile (6,34) e Grécia (6,31) também estão acima do patamar de 6,0.
Mantida a atual tendência, até o final de março talvez seja possível dizer que a terceira onda chegou ao fim no Brasil, coisa que as projeções dos infectologistas nos indicavam. E tudo isso graças ao fato de a população ter aderido fortemente à campanha de vacinação. Atingimos neste domingo o patamar de 77,5% da população vacinável (cinco anos ou mais) com o ciclo vacinal completo. Outros 9% já tomaram a primeira dose e aguardam a D2. A dose de reforço já foi aplicada em 40% da população adulta.
A adesão dos pais à vacinação de crianças também é razoável. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, até domingo 43% dos brasileiros com idade entre cinco e 11 anos tomaram a primeira dose. E já está mais do que provado que a vacina é disparada a melhor proteção contra o coronavírus. Para quem duvidava, os números estão aí para comprovar que o melhor é estar no bloco dos vacinados.
*Marcelo Tokarski é sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa e da FSB Inteligência
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.
Siga a Bússola nas redes: Instagram | LinkedIn | Twitter | Facebook | Youtube
Veja também
O sonho pode ser real: o mundo se encaminha para o fim da pandemia
Consumidor faz venda de cigarro eletrônico dobrar a cada 2 anos no país