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COP27: a hora e a vez da ação

Reunião da COP 27, que tem como prioridade a implementação das medidas acordadas nos encontros anteriores, traz como pauta a economia de baixo carbono

Conferência das Nações Unidas se reune para discutir questões climáticas (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

Conferência das Nações Unidas se reune para discutir questões climáticas (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

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Publicado em 8 de novembro de 2022 às 18h55.

A COP da implementação. Essa tem sido a maneira mais comum de se referir à 27ª reunião da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, ou COP 27, iniciada esta semana. Mais do que nunca, está estabelecido o entendimento sobre a necessidade de acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.

É urgente que sejam apresentadas ambições climáticas mais altas, juntamente com medidas práticas imediatas e mecanismos que promovam justiça e inclusão social. Esse foi um dos pontos pendentes da COP 26, em Glasgow. Enquanto anúncios de financiamento para temas específicos ganharam visibilidade, a expectativa de se estabelecer compensação por perdas e danos ficou para agora. Nesse contexto, é fundamental lembrar que os investimentos para promover a transição para uma economia de baixo carbono e socialmente justa parecem altos, mas são pequenos se comparados com os impactos das mudanças climáticas em pessoas, negócios e países.

Nesse sentido, ao questionar países ricos sobre quem paga pelo impacto de catástrofes naturais, ganhou força um movimento promovido por líderes do mundo em desenvolvimento, liderado pela primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley. A proposta é reformar o sistema financeiro internacional para facilitar a destinação de recursos para ação climática.

O senso de urgência para o encontro deste ano e a demanda por ambições mais altas decorre do fato de que ainda há um espaço entre os compromissos assumidos e a mudança necessária para conter o aquecimento global no limite de 1,5ºC estabelecido no Acordo de Paris - a soma das novas NDCs (Contribuições Nacionalmente determinadas, na sigla em inglês) ainda somam emissões que representam 2,4º C de elevação.

Por outro lado, um estudo da Comissão Econômica da Europa (Unece) indica que é possível alcançar neutralidade em emissões de gases de efeito estufa até 2050. Mas para isso é necessário estabelecer ações ousadas e sustentadas. O documento reforça a perspectiva de que COP 27 será focada na implementação e aumento das ambições climáticas.

As medidas apontadas como necessárias são: diversificar o fornecimento de energia primária e final com todas as tecnologias de baixo e zero carbono; acelerar a eliminação gradual de combustíveis fósseis; aumentar a eletrificação de todos os setores com foco na energia renovável e na energia nuclear e novas formas de armazenamento de energia; construir capacidade para apoiar inovação generalizada de tecnologias de baixo e zero carbono.

Vamos acompanhar como a COP 27 trará respostas a essas questões, torcendo para que as expectativas de que esta seja a COP da implementação se confirmem. Nosso futuro depende desse resultado.

*Danilo Maeda é head da Beon, consultoria de ESG do Grupo FSB

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