A cultura começa pela formalização do propósito da companhia, que deve refletir os valores dos fundadores e inspirar os colaboradores (FG Trade/Getty Images)
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Publicado em 13 de agosto de 2024 às 13h00.
Por Farias Souza, CEO da Board Academy*
A criação de uma cultura organizacional forte é essencial para o bom funcionamento de qualquer empresa. Os conselheiros, que atuam em um nível estratégico, devem compreender que ela é um elemento dinâmico, que necessita de constante renovação e ajustes.
Ao chegar a uma companhia, é comum observar uma energia intensa, com funcionários dedicados, mas isso nem sempre se traduz em ações corretas. Por isso, é preciso reconhecer quando a cultura está desalinhada e entender que, embora não exista o certo ou o errado, alguns tipos podem ser prejudiciais para o desenvolvimento da organização.
A cultura começa pela formalização do propósito da companhia, que deve refletir os valores dos fundadores e inspirar os colaboradores. Ela é o que as pessoas fazem quando ninguém está olhando. Por exemplo, muitas vezes, líderes percebem que as coisas funcionam bem na sua presença, mas desandam na sua ausência, o que revela falhas na gestão. A pandemia e o home office expuseram a incapacidade de muitas empresas de gerir seus negócios remotamente.
Conforme a marca cresce, a complexidade da comunicação aumenta. A quantidade de conexões entre membros da equipe se expande exponencialmente, tornando a troca de informações mais complicada.
Para mitigar esses desafios, muitas companhias modernas estão adotando a estrutura de squads, onde times multidisciplinares são formados em torno de objetivos específicos, o que facilita a colaboração entre os funcionários.
Essa abordagem visa simplificar os processos, reduzir a fricção e minimizar a necessidade de aprovações hierárquicas, promovendo eficiência e agilidade.
É necessário encontrar um equilíbrio entre o caos e a ordem, evitando tanto a estagnação quanto a exposição a riscos desnecessários.
Organizações que conseguem navegar entre esses extremos são mais propensas a inovar sem comprometer sua estabilidade.
A estrutura organizacional, os processos e a tecnologia são ferramentas essenciais para alcançar esse equilíbrio. Além disso, a liderança deve estar atenta a desvios de conduta que possam comprometer a integridade da imagem da companhia.
A contratação e a retenção de talentos são fundamentais para sustentar uma cultura forte. É vital que o gestor da área e outros colaboradores-chave estejam envolvidos no processo de admissão — não apenas o departamento de RH —, garantindo o alinhamento dos novos funcionários à empresa.
O onboarding também é uma fase importante para a integração dos recém-contratados ao fit cultural da organização. Treinamentos contínuos e uma liderança bem-preparada são necessários para identificar e corrigir desvios, garantindo que a visão e os valores da empresa sejam refletidos em todas as ações diárias.
Construir e manter uma cultura organizacional robusta exige um esforço contínuo e coordenado de todos. Desde a formalização de um propósito claro e inspirador, passando pela comunicação eficiente e a gestão equilibrada entre caos e ordem, até a contratação e integração de talentos alinhados com os valores da organização, cada aspecto desempenha um papel importante. A capacidade de adaptar e recalcular a rota ao longo do tempo, junto com uma liderança atenta e envolvida, é fundamental para garantir o sucesso.
*Farias Souza é CEO da Board Academy, EdTech de formação e desenvolvimento de conselheiros consultivos, independentes, fiscais e de administração de empresas.
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