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Construção civil sustentável: como estamos em relação ao resto do mundo

Para que uma construção seja considerada sustentável é preciso que todos os processos e o material envolvido sejam também

Construção civil é um dos segmentos que mais impactam o meio ambiente (Eduardo Frazão/Exame)

Construção civil é um dos segmentos que mais impactam o meio ambiente (Eduardo Frazão/Exame)

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Publicado em 29 de junho de 2022 às 15h40.

Última atualização em 29 de junho de 2022 às 16h01.

O Brasil caminha a passos largos no que diz respeito a construções sustentáveis. Segundo o ranking mundial elaborado pelo Green Building Council Brasil (CBC), somos um dos países com mais obras sustentáveis no mundo, ficando atrás apenas de nações como a China, Emirados Árabes e Estados Unidos.

Com a alta da agenda ESG, sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança, é notável que executivos e investidores brasileiros já estão se movimentando e repensando seus negócios. O momento, então, é de desenvolvimento de soluções inovadores e sustentáveis, principalmente no mercado da construção civil — um dos segmentos que mais impactam o meio ambiente.

Um estudo do Conselho Internacional da Construção (CIB), aponta que mais de um terço dos recursos naturais extraídos no Brasil é para a indústria da construção e 50% da energia gerada abastece a operação das edificações. Além disso, o setor é um dos que mais produzem resíduos sólidos, líquidos e gasosos, responsável por mais de 50% dos entulhos, entre construções e demolições.

Diante disso, para uma construção ser considerada sustentável, todos os seus processos precisam ser sustentáveis. A madeira, por exemplo, é um dos materiais mais antigos utilizados na construção, porém, foi substituída ao longo dos anos pelo aço e o concreto. Por ser o único material que é renovável e estruturalmente eficiente ao mesmo tempo, a madeira sempre esteve presente em construções nas regiões que enfrentam estações com temperaturas muito baixas, como os Estados Unidos e a Rússia. Elas oferecem benefícios térmicos, energéticos e acústicos, o que garante além da preservação ambiental, mais conforto e economia.

Nos países desenvolvidos, há uma série de incentivos econômicos para construções verdes, como a Alemanha, que remunera os cidadãos que produzem um excedente de energia obtida por placas fotovoltaicas. Embora, nacionalmente falando, o Brasil ainda não tenha incentivos suficientes e tão eficientes, há alguns projetos para redução da carga tributária das construções, como o IPTU verde, uma espécie de desconto contemplado no IPTU para obras que implementarem sistemas ecoeficientes nas suas construções ou reformas.

O cenário atual da arquitetura sustentável é mais tecnológico e eficiente, quando comparado há 20 anos. As novas tecnologias possibilitam o aproveitamento dos recursos naturais de forma integral, como as madeiras engenheiradas, desenvolvidas na Áustria e que ganharam relevância e atenção mundial nos últimos anos, principalmente diante da sua versatilidade, modernidade e resistência.

Hoje, o Brasil ocupa o quinto lugar entre os países que concentram mais edificações sustentáveis, de acordo com o estudo divulgado pelo United States Green Building em 2020. Realidade mundial, a sustentabilidade é palavra de ordem para as edificações e demais empreendimentos imobiliários, tendo em vista a diminuição, sobretudo, da emissão de gases do efeito estufa, como o CO₂. Sendo assim, fica o seguinte questionamento: quais são os próximos passos do Brasil nessa jornada inovadora, disruptiva, moderna e sustentável da construção civil?

*Nicolaos Theodorakis é fundador e CEO da Noah, startup que oferece solução tecnológica para a construção civil com estruturas em madeira

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