Trela já captou R$ 148 milhões (Getty Images/Getty Images)
Bússola
Publicado em 30 de janeiro de 2023 às 20h00.
Última atualização em 30 de janeiro de 2023 às 20h11.
As propriedades rurais brasileiras de pequeno e médio porte são compostas em grande parte por agricultores do país. Geralmente são trabalhadores rurais que produzem diversas culturas com pouca tecnologia e mão de obra familiar.
Mesmo com as adversidades, esses produtores respondem por grande parte dos alimentos dispostos no mercado interno. Segundo o último Censo Agropecuário, esses produtores são responsáveis por 70% dos alimentos que chegam na mesa dos brasileiros. No entanto, esse sucesso não elimina os desafios do segmento, principalmente quando pensamos no consumidor final.
Para solucionar a intermediação entre os pequenos produtores e os consumidores, a startup Trela colocou a tecnologia a serviço da alimentação. Por meio do WhatsApp, os grupos, também chamados de comunidades de compras, são criados e gerenciados pela Trela para vizinhos do mesmo condomínio ou de um bairro inteiro. Com isso, pequenos produtores garantem a oportunidade de que seus produtos cheguem ao consumidor final, com os melhores preços.
De acordo com o CEO da Trela, Guilherme Nazareth, em 2020, no meio da pandemia, ele viu a urgência da transformação digital nas empresas brasileiras e encontrou no mercado de alimentos a oportunidade que buscava para desenvolver um negócio que tivesse impacto social e um grande campo de atuação.
“Eu queria participar disso e vi que o mercado de alimentos no Brasil é muito fragmentado, com muitos intermediários entre o produtor e consumidor. Isso faz com que o produtor ganhe pouco e o consumidor pague muito”, declara o CEO.
O cofundador da startup, Guilherme Alvarenga, contou que, no condomínio onde mora, haviam formado um grupo de WhatsApp para comprar orgânicos. Era um jeito de continuar consumindo alimentos de qualidade e ajudar os produtores que perderam mercado. Já existiam aplicativos de delivery, mas esses produtores não eram atendidos por eles porque forneciam para atacadistas, restaurantes e mercados. Eles não tinham logística nem marketing para atrair e atender ao consumidor final.
Hoje, a startup conta com mais de 100 produtores. Entre as categorias de alimentos estão as carnes, laticínios, comidas congeladas, frutos do mar e hortifruti orgânico que viu um aumento de 120% desde o início da Trela.
“Quando nossas ofertas de hortifruti passaram a ser de produtos orgânicos, nossas vendas aumentaram muito. Na Trela, o consumidor tem acesso a produtos orgânicos de qualidade excepcional, mais baratos, frescos e que são enviados com frete grátis. E vamos além, os produtos são vendidos com margens a favor dos pequenos e médios produtores. Todo mundo se beneficia”, diz Guilherme Nazareth, CEO da Trela.
Além de garantir os melhores produtos aos melhores preços, a Trela, por meio de tecnologia e inteligência logística, também garante que todas as entregas tenham frete grátis.
Com a parceria da startup e os bons resultados das vendas, o CEO da Axá Orgânicos, Gustavo França, afirma que a Trela tem um papel fundamental nas suas vendas.
“Nós temos uma base com 300 produtores rurais familiares. Antigamente, eles tinham de plantar o produto e procurar os clientes. Agora, com a Trela, nós desenvolvemos um canal de vendas com mais visibilidade e previsibilidade para os produtores rurais locais. E o melhor, os produtos chegam para mais pessoas nos melhores preços. Todo mundo ganha", afirma o CEO.
A startup já recebeu R$ 148 milhões para executar sua visão, captados com investidores globais como SoftBank, Kaszek, Y Combinator e General Catalyst. Já são centenas de produtores parceiros ativos em São Paulo e Belo Horizonte, com planos de expansão para outras cidades.
“Temos como missão proporcionar um comércio justo de alimentos e queremos que seja para o maior número de pessoas possível. Nos orgulhamos do nosso crescimento se dar por meio de indicações dos nossos clientes. No segundo semestre de 2023 vamos olhar com mais cuidado para cidades como Campinas (SP), Brasília (DF) e Rio de Janeiro, afirma o CEO da Trela.
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