Lançamentos de novas unidades cresceram 38% no primeiro trimestre (Germano Lüders/Exame)
Isabela Rovaroto
Publicado em 12 de março de 2021 às 12h22.
O setor de incorporação imobiliária iniciou 2020 com expectativas altamente positivas. Diversos fatores como a redução na taxa de juros e o aumento geral da confiança dos consumidores brasileiros apontavam aos empresários do setor que o ano seria de resultados expressivos. Isso ficou claro com os números registrados em janeiro e março: os lançamentos de novas unidades cresceram 38% em relação ao mesmo período de 2019, enquanto que as vendas líquidas subiram 34%.
Mas então veio a pandemia, e o Brasil sentiu o baque. No caso das construtoras, entre março e maio, os números mostravam que estávamos em um momento delicado, com queda de 32% nos lançamentos e estabilidade nas vendas. Mas o setor, que representa hoje uma fatia expressiva do PIB nacional e é um dos principais geradores de emprego e renda, não se deixou abalar e virou o jogo, encerrando o ano com crescimento de 26% nas vendas líquidas e, talvez o fato mais importante de todos, tendo sido a maior fonte de vagas de trabalho no ano, com a criação de mais de 112 mil postos de trabalho com carteira assinada, o que foi fundamental para o saldo positivo de 142 mil novas contratações no país.
E, mesmo com a pandemia ainda assombrando o Brasil, as incorporadoras devem ser uma das principais forças da economia brasileira em 2021. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a consultoria Deloitte mostra que 95% das empresas pretendem realizar novos lançamentos. No caso das construtoras que trabalham exclusivamente com imóveis do programa Casa Verde e Amarela (CVA), a decisão de lançar é unânime. O segmento, mais resiliente a crises, deve ser o principal motor do crescimento neste ano, mas os imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP) não devem ficar muito atrás, já que 9 em cada 10 empresas devem realizar lançamentos. E em relação às vendas, 98% das empresas acreditam que elas devam crescer, ou pelo menos se manter no patamar atual, até o fim do ano.
Esses são dados animadores, e que posicionam a construção civil como uma das principais forças para a economia e para o desenvolvimento social do país. O apetite por investimento está aí, e o bom dos juros, que se encontram no patamar mais baixo da história, é fundamental para as boas expectativas em relação ao futuro. Mas duas medidas são essenciais para que a trajetória ascendente após um ano de crise seja mantida: o combate à covid-19 deve ser a prioridade número um do governo, e a agenda de reformas tem de sair do papel.
As empresas que formam o setor de incorporação imobiliária se apresentaram para a luta em 2020, e vão fazer o mesmo em 2021. Esse é um compromisso que temos com todos os 210 milhões de brasileiros, pois não acreditamos na derrota. Fica a certeza de que, especialmente em um momento delicado como o que estamos passando, é preciso comprometimento e garra para superar as crises. E isso é o que o setor tem de sobra.
Mãos à obra!
* Luiz Antônio França é presidente da Abrainc
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