Em 2022, os shoppings devem seguir como o principal espaço de lazer e convivência em todo o Brasil. (Mark Makela/File Photo/Reuters)
Bússola
Publicado em 17 de março de 2022 às 16h28.
Por Glauco Humai*
Olhar para trás é um bom jeito de reestruturar o futuro, por isso o Censo Brasileiro de Shopping Centers de 2021 serve como direcionamento para uma reconfiguração do setor após o triste “terremoto” que segue sendo a pandemia do coronavírus; em todos os sentidos. Todavia, é importante olhar o passado de forma lúcida para remover qualquer tipo de medo sobre os cenários futuros.
Os avanços da campanha de vacinação contra a covid-19 permitiram, no decorrer de 2021, a retomada mais ampla do setor, com maior normalidade das atividades comerciais. O varejo ganhou um fluxo maior de frequentadores e os lojistas e shoppings investiram em ações que garantiram a segurança sanitária dos frequentadores e funcionários. Com efeito, a retomada chegou e o varejo nos shoppings recuperaram parte do terreno tomado pela pandemia em 2020 e início do ano passado.
Acredito que 2021 foi um ano positivo para o setor, com crescimento de 23,6% nas vendas e faturamento anual de R$ 159 bilhões, além do aumento no número de pessoas presentes nos shoppings: média de 397 milhões por mês. E esses resultados são ainda mais significativos quando olhamos outros aspectos do cenário: turbulência política e econômica, pressão inflacionária e queda no poder de consumo dos brasileiros, além do desemprego em patamar elevado.
O importante é que o setor conseguiu retomar com segurança e — graças a todas as medidas sanitárias adotadas e à fiscalização da prática das mesmas dentro dos shoppings —, conseguiu fazer com que o consumidor também tivesse uma sensação de segurança ao frequentar os espaços. O aumento no fluxo de pessoas nos shoppings reforça isso. Um sinal que estamos no caminho certo nesta retomada, que já mostra resultados importantes.
Se 2021 foi um ano que apresentou situações desafiadoras ao setor, como obstáculos a serem superados, em 2022, apesar dos novos rumos e da confiança de dias melhores, também não vai ser um mar de rosas. No início do ano, já vimos e precisamos lidar com o avanço da variante Ômicron em todo o país, impondo dificuldades a todo o varejo e um alarmismo que quase impôs novas restrições ao setor.
Não congelamos diante disso pois novas medidas precisaram ser adotadas. A Abrasce reforça ações para evitar o contágio da covid-19 dentro das dependências dos shoppings, o que credibiliza a nossa luta contra o coronavírus. Até porque a principal arma contra o vírus é a vacina, e é isso que defendemos e incentivamos, pois o avanço da imunização vai ser um grande impulsionador do crescimento econômico e geração de emprego.
E diante de tudo o que foi colocado até aqui, apesar das dificuldades que 2022 tenta nos impor, projetamos um crescimento de 13,8% em um cenário que esperamos patamares menores da inflação e redução do desemprego. Ao menos 13 novos shoppings devem sair do papel e nossos investidores estarão cada vez mais seguros colocando seu dinheiro em um modo de vida e não em um simples produto, o que garante sua rentabilidade e segurança no médio e longo prazo.
A integração shopping e plataformas de comércio virtual deve seguir crescendo e integrando-se em uma sinergia que vai gerar novos nichos para lojistas e a comodidade que o consumidor deseja. As ferramentas estão aí e o varejo não deixa o bonde da história passar.
Em 2022, os shoppings devem seguir como o principal espaço de lazer e convivência em todo o Brasil; o local em que amigos se encontram, famílias passeiam, casais namoram e a vida encontra a arte nas nossas salas de cinema. A vida acontece nos shoppings e vamos continuar gerando sorrisos e satisfações aos nossos frequentadores, independentemente dos desafios impostos pelos dias em que vivemos.
*Glauco Humai é presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce)
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