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Como o mercado de trabalho pensa muito além da remuneração

O cenário mudou, e cabe aos profissionais de RH a missão de olhar mais atentamente para as pessoas

Colocar as pessoas em primeiro lugar é mais que viabilizar um ambiente agradável; é fortalecer os laços (Ilustração/Getty Images)

Colocar as pessoas em primeiro lugar é mais que viabilizar um ambiente agradável; é fortalecer os laços (Ilustração/Getty Images)

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Publicado em 29 de novembro de 2021 às 12h48.

Por Marcela Zaidem*

A corrida pela atração e retenção de talentos é antiga, mas as profundas transformações do último ano trouxeram novos elementos para esta jornada — principalmente do ponto de vista dos profissionais, que estão em busca do primeiro emprego, de melhores oportunidades ou que estão em revisão de carreira, de recolocação no mercado de trabalho e até repensando as prioridades de vida.

O conceito de Total Compensation ou Remuneração total (tradução livre), bastante característico dos profissionais de Recursos Humanos, consiste em oferecer, além de bons salários, um conjunto atrativo de benefícios. Porém, o cenário atual vem mostrando que a cultura das empresas e o ambiente que elas proporcionam para seus colaboradores também pesam no momento da decisão.

O ecossistema de inovação, que concentra em grande parte startups, têm mostrado que empresas que já nascem com esse propósito saem na frente, enquanto as mais tradicionais parecem ter se atentado recentemente sobre essa questão. Um exemplo disso são as crescentes discussões envolvendo pautas ESG (do inglês, Governança Ambiental, Social e Corporativa) e temas como Diversidade e Inclusão que se tornaram pontos essenciais para transformar esse novo cenário. Estamos falando de assuntos que vão além do dia a dia profissional, são temas que compõem a cultura e os valores das empresas.

É claro que os profissionais ainda levam em consideração boas propostas salariais e um pacote completo de benefícios. Porém, muitos aproveitaram as mudanças advindas da pandemia para refletir sobre saúde mental, atributos emocionais, entre outros elementos, para buscar um equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho.

Cabe aos profissionais de RH, a missão de olhar mais atentamente para as pessoas. Atuar fortemente na gestão de conflitos, compreender e solucionar as dores de seus colaboradores e proporcionar um ambiente seguro e saudável para todos. Diversidade e Inclusão devem ser tratadas como crítico e essencial, vivemos um momento em que é necessário agir para obter resultados concretos e satisfatórios.

Benefícios são importantes e vão continuar existindo. Desenvolver benefícios diferenciados é ainda mais importante, pois trata-se de cuidar do colaborador de forma global. Permitir e incentivar cuidados diários com a saúde mental e física é promover também cuidados individualizados e integrados.

A lição de casa da vez, para os que querem sair na frente, é o People Experience. Afinal, empresas são formadas por pessoas, para pessoas. Por isso, é preciso focar na jornada do colaborador desde o início, ou seja, cuidar para que ele seja bem recebido e ouvido ainda no processo seletivo. Dar a ele a chance de vivenciar a rotina de trabalho e permitir que ele conheça e converse com futuros colegas de área são exemplos que parecem simples mas que auxiliam desde o primeiro momento para que uma decisão de onde trabalhar seja pautada em fatos e dados conscientes.

Novas demandas vão continuar surgindo. O destaque vai ficar com as empresas que estiverem próximas de seus colaboradores. Colocar as pessoas em primeiro lugar é mais do que viabilizar um ambiente agradável. É fortalecer os laços e construir um time feliz, satisfeito e certamente mais produtivo.

 

*Marcela Zaidem é Chief People Officer na Hash, fintech do setor de meios de pagamento

 

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