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Como cooperação entre Águas de Manaus e município adota pilares ESG

Diretor-presidente de concessionária instalada na maior cidade da Bacia Amazônica fala sobre a parceria e explica como aplicar práticas sustentáveis

Marca já investiu R$ 500 milhões em saneamento na cidade com 2,2 milhões de habitantes. (A.Paes/Deposit/Divulgação)

Marca já investiu R$ 500 milhões em saneamento na cidade com 2,2 milhões de habitantes. (A.Paes/Deposit/Divulgação)

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Publicado em 19 de abril de 2022 às 15h54.

A concessionária Águas de Manaus, empresa responsável pelo tratamento da água e do esgoto no principal município da maior bacia hidrográfica do planeta, tem aplicado no dia a dia diversas práticas ESG. Desde que a concessionária assumiu os serviços na cidade, em junho de 2018, uma série de ações foram realizadas. O mais novo passo foi o termo de cooperação assinado com a Prefeitura, que garante a revitalização completa do Parque Lagoa Municipal Senador Arthur Virgílio Filho, popularmente conhecido como “Lagoa do Japiim”.

O investimento ficará a cargo da Águas de Manaus e compreende a revitalização do Parque, que fica em uma área verde com mais de 40 mil metros quadrados de extensão e que é muito frequentada pelos moradores da zona Sul da capital.

As obras vão impactar diretamente a qualidade de vida e a saúde de 52 mil moradores que vivem no entorno. O processo de transformação ainda inclui melhorias em uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) que fica dentro do parque. A empresa fará uma intervenção para desviar a drenagem que hoje é despejada diretamente na Lagoa e passará a tratar os efluentes utilizando uma técnica conhecida como “tempo seco”. Com o tratamento adequado de todo o esgoto da região, a ideia é despoluir a água da lagoa a médio prazo.

Para explicar como o termo de cooperação entre poder público e iniciativa privada reforçam boas práticas e pilares ESG, a Bússola conversou com Thiago Terada, diretor-presidente da Águas de Manaus. Além de destacar os compromissos com sustentabilidade, o executivo da concessionária do grupo Aegea afirma como a marca já investiu R$ 500 milhões em saneamento na cidade com 2,2 milhões de habitantes e os resultados já alcançados nestes últimos quatros anos. Confira:

Bússola: O Parque Lagoa do Japiim é um símbolo importante para a população manauara e sua requalificação só está sendo possível em razão da cooperação entre concessionária e município. Como essa sinergia reflete não só com contrato de concessão, mas também sobre práticas ESG que podem ser desenvolvidas através de parcerias com Governos e Prefeituras?

Thiago Terada: Desde que chegamos na cidade, estabelecemos que um de nossos pilares seria o bom relacionamento com a população e desenvolvemos uma série de ações para nos aproximar das pessoas que vivem em Manaus. Isso nos ajudou a estabelecer alguns compromissos que vão além da prestação de um serviço essencial. Assim, passamos a impulsionar programas que envolvem saúde, educação, geração de renda e que promovem o bem-estar social.

Para quem deseja trabalhar boas práticas de ESG, esse tipo de postura é fundamental. Com a revitalização da Lagoa do Japiim, estamos englobando todos os pilares citados. Vamos deixar um legado para a cidade, com a revitalização de uma das principais áreas de lazer da zona sul de Manaus. Nossa expertise em saneamento vai melhorar a qualidade da água da Lagoa. Com isso, vamos promover saúde e qualidade de vida para toda aquela região.

Bússola: Como a Águas de Manaus pretende transmitir e aplicar esses valores na requalificação do parque urbano?

Thiago Terada: A revitalização da Lagoa do Japiim vai proporcionar as melhores condições possíveis para que a população utilize o espaço e, assim, aproveite o seu horário de lazer, sua saúde e melhore a qualidade de vida da cidade. Todas essas práticas estão de acordo com os pilares que estabelecemos, reforçando novamente as práticas de ESG. Vamos trabalhar fortemente na questão da despoluição da Lagoa, utilizando todo o conhecimento da empresa em saneamento básico. O grupo Aegea possui cases de sucesso semelhantes, como o da Lagoa de Araruama, no Rio de Janeiro. Agora, queremos desenvolver uma ação positiva e deixar esse legado em Manaus.

Bússola: Além do parque, que outras melhorias a empresa têm feito no saneamento básico da principal cidade da Bacia Amazônica?

Thiago Terada: Desde a chegada da Águas de Manaus já foram investidos R$ 500 milhões em saneamento na cidade e que já refletem impactos positivos. Um destaque é a ampliação do abastecimento de água em áreas de vulnerabilidade social, como becos, palafitas e rip-raps. Levamos a infraestrutura adequada de abastecimento para essas áreas, implantando mais de 150 km de redes de água.

Somente entre os vulneráveis, foram quase 130 mil pessoas beneficiadas.  As ações de regularização contribuíram para reduzir os índices de perdas de água tratada. O número já reduziu em quase 20 pontos percentuais, saindo da casa dos 74,7%, em 2018, para os atuais 57,3%.

Também reforçamos nossa atuação com a Tarifa Manauara, que foi ampliada de 20 mil para 86 mil famílias protegidas nesse período. Nossa meta é chegar ao fim do ano com pelo menos 100 mil famílias incluídas no benefício que concede 50% de desconto na conta de água e esgoto, transformando Manaus na capital que mais protegerá os cidadãos vulneráveis no quesito tarifa.

Manaus é a capital que mais aumentou seus níveis de abastecimento de água tratada nos últimos cinco anos no país, crescendo 11,06%. E a cidade que mais avançou em coleta total de esgoto no Brasil, com um incremento de 115,62% (ou de 11,77 pontos percentuais), tendo mais do que dobrado o número de ligações de esgoto no período analisado.

As perspectivas são de mais avanços, com a previsão de R$ 1 bilhão em saneamento para os próximos cinco anos. A cobertura de esgotamento sanitário, que já saltou de 19% para 26%, chegará a 45% até 2025. Serão quase um milhão de manauaras diretamente beneficiados.

Além disso, seguimos com uma forte atuação social, trabalhando projetos que envolvem educação, como o “Pioneiros”, que promove uma imersão de estudantes de ensino médio no saneamento básico e a “Fonte do Saber”, um espaço interativo sobre a água, que fica na sede administrativa da empresa. A Fonte será o primeiro museu de ciências lúdicas da cidade e vai reforçar a educação ambiental junto aos estudantes e a população de modo geral.

Estamos também avançando no reflorestamento de áreas que ficam dentro de nossas estações operacionais. Já plantamos aproximadamente seis mil mudas de árvores nativas, em duas áreas localizadas no complexo de tratamento de água da Ponta das Lajes, que distribui água na zona Leste da capital. E vamos avançar na discussão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para a região Amazônica, através do HUB ODS do Pacto Global, lançado no começo do ano e que já conta com nossa participação.

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