Sede do Banco Central, em Brasília (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
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Publicado em 27 de março de 2024 às 13h00.
Última atualização em 27 de março de 2024 às 15h17.
As greves realizadas pelos funcionários do Banco Central (BC) costumam acontecer em intervalos de dois a três meses e duram de 24 a 48 horas.
Segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), o objetivo é “provocar uma asfixia operacional e burocrática” para estimular o diálogo e ações do governo a favor das reivindicações dos servidores.
No setor financeiro, o efeito das greves pode ser sentido principalmente no atraso das operações referentes ao lançamento do Drex, a moeda digital brasileira que promete facilitar múltiplas operações de pagamento.
Segundo o Felipe Santiago, CEO da techfin – produtora de tecnologia para fintechs – CashWay, o principal problema se encontra na oficialização de empresas que já estão prontas para iniciar suas operações, mas ainda aguardam retorno do BC.
"A demora afeta diretamente os projetos e impossibilita o avanço no regulatório das Instituições Financeiras, enquanto o pedido continua parado",
De acordo com um estudo encomendado pela Zetta, R$ 7,9 bilhões foram economizados pelos brasileiros em tarifas bancárias somente no último trimestre de 2022. Isso é resultado da concorrência estimulada pela entrada das fintechs no sistema bancário há pouco mais de dez anos no Brasil.
"As fintechs, como as Sociedades de Crédito Direto (SCDs), e instituições de pagamento (IP), têm o papel de descentralização de serviços financeiros, apoiam nichos específicos da economia. A demora na formalização junto ao BC pode causar impactos relevantes aos públicos que elas já poderiam estar atendendo", diz Felipe.
Segundo o CEO da CashWay, é essencial entregar a solicitação já de acordo com todas as normas do Banco Central.
"O processo dessas fintechs é mais simples do que o das instituições financeiras em geral, porque há uma etapa única de autorização, sem necessidade de autorização prévia para constituição", afirma.
Segundo a presidente da ANBCB (Associação Nacional dos Analistas do Banco Central do Brasil), Natacha Rocha, há uma percepção distorcida da população brasileira sobre a remuneração dos funcionários do BC e as reivindicações dos trabalhadores, que buscam isonomia entre as carreiras de Estado.
Também é esperada a criação de um bônus de produtividade e medidas de reestruturação de carreira, como a exigência de ensino superior para o cargo de técnico e alteração de nomenclatura do cargo de analista para auditor.
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