Bússola

Um conteúdo Bússola

Como alcançar a felicidade no trabalho e transformá-la em lucro

Bem-estar no ambiente de trabalho se transforma em rendimento e produtividade

Oferecer ambientes descontraídos pode ser uma opção para a felicidade no trabalho (Pixabay/Reprodução)

Oferecer ambientes descontraídos pode ser uma opção para a felicidade no trabalho (Pixabay/Reprodução)

B

Bússola

Publicado em 19 de julho de 2022 às 17h35.

Última atualização em 19 de julho de 2022 às 18h26.

Você pode investir em muitos aspectos de seu negócio, mas promover a felicidade no trabalho para seus colaboradores pode ser o melhor investimento de todos. Encontrar a felicidade no trabalho é o sonho de grande parte das pessoas.

Muitos dizem que a receita para isso é fazer o que gosta. As empresas entenderam que oferecer ambientes descontraídos pode ser uma opção para a felicidade no trabalho, e os líderes buscam estimular o melhor de cada um para que encontrem a felicidade.

Mas será que isso tudo dá resultado? E como realmente construir ambientes de trabalho mais felizes? É o que vamos ver em detalhes neste artigo.

O que é felicidade no trabalho?

A felicidade no trabalho e a satisfação são conceitos subjetivos, enquanto para alguns de nós os benefícios em dinheiro podem ser equiparados à satisfação no trabalho, alguns podem querer, além disso, reconhecimento de seu trabalho árduo e perdem a motivação se não conseguem isso.

Você já ouviu falar da palavra “Arbedjsglæde”?

Arbedjsglæde significa a felicidade que derivamos de "fazer" algo. É uma emoção, uma sensação de bem-estar que surge quando nos sentimos bem com o trabalho que fazemos, quando nos sentimos envolvidos no "compromisso profissional".

O termo Arbedjsglæde é comum na Dinamarca e significa felicidade no trabalho. Em um sentido fundamental, a felicidade no local de trabalho vem quando:

  • Gostamos de fazer as tarefas que nos são atribuídas
  • Sentimos que estamos conectados com as pessoas com quem trabalhamos
  • Estamos felizes com os benefícios financeiros que obtemos com o trabalho
  • Nosso trabalho é valorizado
  • Temos uma perspectiva futura de melhorar nossas habilidades existentes
  • Nos sentimos respeitados e reconhecidos no trabalho

Qual é a importância da felicidade no trabalho?

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Center for Positive Organizational Scholarship, da Universidade da Califórnia, colaboradores felizes são, em média, 31% mais produtivos, três vezes mais criativos e, quando atuam com vendas, conseguem resultados 37% melhores dos que os profissionais desmotivados.

Além disso, quando se sentem satisfeitos com o ofício, os trabalhadores têm desempenho 27% superior aos colegas, 125% menos esgotamento, 32% mais comprometimento e 46% mais satisfação com a função que exercem.

Já para os profissionais, além de ter uma maior qualidade de vida, as estatísticas relacionam felicidade à evolução profissional. A lógica é simples: quanto mais feliz, mais produtivo e engajado, e assim, maior a chance de ganhar promoções e/ou se desenvolver profissionalmente.

Cinco benefícios em manter os funcionários felizes:

De acordo com o TLNT, é altamente benéfico para as empresas criar um ambiente de trabalho feliz e saudável. Até mesmo porque a perda de funcionários pode ser dispendiosa.

Melhores habilidades de tomada de decisão

As pessoas estão melhor equipadas para tomar decisões quando são felizes. As dificuldades no trabalho geram algum grau de medo e nervosismo na maior parte das pessoas, mas as pessoas satisfeitas podem voltar ao seu estado de espírito mais rápido depois de enfrentar uma adversidade.

Pessoas felizes vendem mais

Uma pesquisa simples no Google de “pessoas felizes, produtividade, sucesso, negócios” retorna inúmeros artigos e vários estudos mostrando que colaboradores felizes são mais produtivos.

Maior inovação

Há evidências fortes que mostram uma correlação entre felicidade e criatividade. Alguns estudos mostraram que os funcionários felizes têm níveis mais elevados de criatividade do que os colaboradores infelizes. Ser feliz pode liberar o cérebro, permitindo maior flexibilidade mental e imaginação.

Aumento da produtividade

Pessoas felizes são mais saudáveis. Quando os funcionários recebem menos licença por doença, eles são mais produtivos, melhorando assim a sua produtividade.

Melhor atendimento ao cliente

Quando se trata de atendimento ao cliente, as empresas precisam ser alegres. Quando a moral dos funcionários é alta, as interações com os clientes refletem isso. As pessoas felizes são as pessoas perfeitas para os papéis baseados no serviço ao cliente. Como empregador, você pode gastar tempo e dinheiro em muitos aspectos do seu negócio, mas sua força de trabalho pode ser o seu melhor investimento de todos. Assim, tome medidas pró-ativas para abordar as preocupações dos funcionários e criar um ambiente de trabalho mais feliz.

Como as empresas podem criar ambientes de trabalho mais felizes?

As pessoas buscam por ambientes leves, que estimulem a criatividade e permitam um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Existem muitas fórmulas por aí de como construir um ambiente de trabalho feliz, mas em todas elas o “ingrediente mágico” é a conversa.

Estimular o feedback é essencial. Dessa forma, os ruídos são resolvidos antes de virarem um problema, os profissionais se sentem valorizados por serem ouvidos e ainda recebem  um retorno sobre como a empresa enxerga o seu papel dentro da operação.

Tudo isso diminui substancialmente a ansiedade e melhora os níveis de felicidade no trabalho.

Como ser feliz no home office ou no trabalho remoto

Em momentos em que o cenário global não é favorável, e as pessoas estão tendo que dividir o mesmo espaço profissional e pessoal, a felicidade na hora do trabalho é ainda mais difícil de ser alcançada.

Por isso, a empatia e generosidade são essenciais para criar ambientes leves, de cooperação, sem competição não saudável, abertos para novas ideias, tolerantes a erros e testes e que facilitem a execução das tarefas do dia a dia.

Colocando no contexto de home office: se um profissional tem filhos pequenos e o líder  percebe que reuniões matinais são complicadas porque as crianças estão agitadas, não custa nada mudar os encontros para o período da tarde.

São pequenas ações que podem transformar um momento de estresse, em um de produtividade e felicidade.

A generosidade vai no mesmo caminho e gera um ciclo de cooperação. Se, por exemplo, um colaborador que está com o volume de tarefas mais tranquilo se dispõe a ajudar um colega que está sobrecarregado, este se sentirá grato e quando tiver a oportunidade retribuirá a gentileza.

A conversa permeia esses dois elementos, uma vez que é por meio dela que se pode perceber situações em que um colega está desconfortável e entender como seria melhor lidar com o desafio, para ajudar sem tirar o protagonismo, autonomia e liberdade do outro.

O papel dos líderes na felicidade dos colaboradores

Os líderes precisam criar uma cultura de feedback onde seja normal os colaboradores compartilharem seus sentimentos. Quando compartilhamos o que estamos sentindo, tendemos a encontrar dois cenários:

Quando o sentimento é ruim

Nesse caso, externar as preocupações ou até mesmo as chateações ajuda na resolução dos problemas. Ao passo que não deixamos o sentimento ruim evoluir, podemos lidar com ele de forma mais simples, com mediação. Isso evita que algo se acumule e impacte negativamente nas entregas.

Quando o sentimento é bom

Ao dividir nossas conquistas, incentivamos as outras pessoas do time a se sentirem da mesma forma. Além do mais, pessoas satisfeitas, tendem a ser mais solícitas para ajudar no desenvolvimento dos colegas e aprimorar o seu próprio.

O compartilhamento dos sentimentos pode ser feito por meio de uma plataforma de gestão de pessoas, ou reuniões one on one. É importante que o líder tenha acesso a esses relatos para poder fazer a mediação no caso de problemas, e a valorização do colaborador, caso o sentimento seja positivo.

Até agora falamos de sentimentos relacionados à vida profissional. Mas é importante que o líder entenda os colaboradores por completo, respeitando quando estes têm problemas fora do trabalho e ocasiões de comemoração.

Assim, os profissionais terão ainda mais engajamento com o negócio, o que também estimula que se sintam felizes no ambiente de trabalho.

E na sua empresa, como é visto o compartilhamento de sentimentos? Você estimula ou reprime esse comportamento? É importante refletir sobre essas ações, sejam elas conscientes ou não.

*Gabriel Leite é professor e publicitário por formação e cofundador e CMO da Feedz

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube

Veja também

Líderes têm de ser sempre heróis? Seis dicas para deixar o seu time ativo

3 sinais de que sua equipe está desmotivada

VOZES: As feridas invisíveis do assédio

Acompanhe tudo sobre:Empresasgestao-de-negociosqualidade-de-vidaRecursos humanos (RH)

Mais de Bússola

7 em cada 10 brasileiros apostam na produção de biocombustível como motor de crescimento econômico

97% das empresas com receita de US$ 1 bi já sofreram violação por IA generativa, aponta instituto

Luiz Garcia: como a construção civil pode superar os desafios provocados pelo aumento do INCC

Bússola Cultural: moda periférica com Karol Conká e Tasha&Tracie