Bússola

Um conteúdo Bússola

Como a inteligência artificial está transformando treinamentos corporativos

A inteligência artificial está transformando o aprendizado corporativo, personalizando treinamentos, aumentando a produtividade e criando uma vantagem competitiva

 (Luis Alvarez/Getty Images)

(Luis Alvarez/Getty Images)

Bússola
Bússola

Plataforma de conteúdo

Publicado em 15 de agosto de 2025 às 15h00.

Por Diogo Aguilar*

A Inteligência Artificial se tornou uma grande aliada em diferentes setores econômicos. No mundo corporativo, tem sido usada para automatizar processos, facilitar a vida dos profissionais e, sobretudo, capacitá-los ainda mais. 

Segundo a 19ª edição do Panorama do T&D, da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), publicada em 2024, o investimento médio em treinamento e desenvolvimento (T&D) por colaborador cresceu 14% no Brasil em 2024. Isso mostra que diversas empresas já compreenderam que o aprendizado passou a qualificar a mão de obra, resultando diretamente em uma melhora na produção.

O uso da IA para dar suporte e preparar o colaborador para as tarefas do dia a dia e nas tomadas de decisões tem revolucionado o mercado. No entanto, muitas organizações ainda utilizam diversas planilhas ao invés de um sistema inteligente que concentra todas as possíveis dúvidas e informações. Isso porque, quando ela está fragmentada, o processo acaba sendo travado, resultando em uma perda de eficiência. 

Por exemplo, quando um trabalhador opta por se desligar da empresa, todo repertório profissional que ele retém não se perde. Dessa forma, o conhecimento interno precisa ser tratado como infraestrutura estratégica.

A IA como impulsionadora 

Muito além de otimizar operações e centralizar o conhecimento, a tecnologia traz para o universo corporativo a possibilidade de criar algo novo. Assim, aquelas organizações que são disruptivas, estão gerando uma quantidade de receita muito maior por cada funcionário que empregam, em comparação com modelos de negócios tradicionais ou do passado. Isso porque o mercado está passando por um forte momento de arbitragem de eficiência, ou seja, as empresas estão ativamente buscando e capitalizando sobre as diferenças de eficiência que existem. Assim, àquelas capazes de identificar e explorar essas oportunidades tendem a ter uma vantagem competitiva significativa.

Nesse caso, a tecnologia é uma grande aliada na hora de realizar treinamentos. Uma vez que possibilita a cada colaborador receber uma trilha adaptada ao seu perfil e objetivo, a IA ajusta o conteúdo com base no desempenho e ritmo de aprendizagem. 

Além disso, permite um onboarding com assistente inteligente, se tornando uma base de conhecimento centralizada e viva. Os processos são atualizados automaticamente, viabilizando também mini-treinamentos sob demanda e agentes capazes de responder dúvidas.

Impacto da IA na performance

Um experimento recente com 776 especialistas da Procter & Gamble, realizado em parceria com pesquisadores de instituições como Harvard, Wharton e Warwick Business School, buscou investigar como a inteligência artificial pode funcionar não apenas como uma ferramenta, mas como um "colega de equipe" genuíno, impactando a produtividade, a criatividade e a colaboração em um ambiente corporativo real. Sendo assim, os participantes foram divididos aleatoriamente em grupos, onde alguns indivíduos trabalharam com o auxílio da IA e outros sem.

Como resultado, o estudo mostrou que o uso estratégico da tecnologia pode transformar um colaborador comum em um “time de alta performance de uma só pessoa”. Isso porque, aqueles que tiveram acesso à tecnologia apresentaram um aumento de 37% no desempenho, enquanto quem estava sem a ferramenta alcançou um desempenho de 24%. Portanto, as equipes que usaram IA se destacaram, triplicando a probabilidade de produzir soluções de alta performance.

Por fim, concluo que se a empresa quer ganhar a corrida por eficiência, não é a tecnologia que precisa mudar — são as pessoas. Ao atrair talentos capazes de operar com IA, desenvolver sistemas de aprendizado contínuo e centralizar e ativar o conhecimento interno, criando sistemas que aprendem, a companhia será como uma entidade própria, independente e com todas as partes conectadas. A transformação está acontecendo agora, mas algumas empresas vão liderar, enquanto outras vão assistir. É importante refletir sobre isso!

*Diogo Aguilar é fundador e diretor executivo da Fluencypass. O executivo possui mais de 20 anos de experiência em tecnologia e gestão de produtos para a internet.

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube 

 

 

 

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificial

Mais de Bússola

Varejista investe em formação dos colaboradores com plataforma de conteúdo diversificado

Setor de energia elétrica avança na redução de passivo histórico

Rede social ESG aposta no Rio Innovation Week para ampliar sua presença

Opinião: mercado de cirurgias plásticas precisa de cautela ao abraçar alta demanda durante o inverno