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Com 34,6 milhões de ouvintes, podcast é hobby... por enquanto

Pesquisa inédita revela que praticamente dois terços dos produtores de podcast se interessam apenas em criar, sem remuneração para isso

praticamente dois terços dos produtores de podcast se interessam apenas em criar, sem remuneração (Thomas Sanson/AFP/Getty Images)

praticamente dois terços dos produtores de podcast se interessam apenas em criar, sem remuneração (Thomas Sanson/AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2021 às 14h01.

Por Danilo Vicente*

Podcast chegou com força nos últimos anos, e isso não é novidade. Somos (eu me incluo no grupo) 34,6 milhões de ouvintes, segundo a Associação Brasileira de Podcasters (Abpod). Na TV, nos portais de internet, nos jornais e nas rádios pululam programas profissionais disponibilizados em arquivos de áudio. Essa situação faz parecer que hoje o mercado de produtores é de gente que trabalha e ganha dinheiro com podcasts. Não! A realidade é outra, por enquanto.

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A mesma Abpod traz, em pesquisa inédita, quem são os produtores de podcasts no Brasil. Eis que 65,7% têm única e exclusivamente interesse em podcasts por hobby. Ou seja, praticamente dois terços de quem produz apenas se interessam em criar, sem remuneração para isso.

Outros 14,6% têm receitas que pagam seus custos, 4,7% trabalham com podcast para complementar a renda, 2,8% têm grande parte da renda oriunda de podcasts e apenas 2,6% vivem exclusivamente da renda obtida com eles.

Acredite, os números estão cada vez melhores. Em 2018 houve a “explosão” de interesse por podcasts, e é natural que a profissionalização cresça ano a ano. O produtor de podcast, até mesmo pela facilidade que a tecnologia proporciona, é basicamente multitarefa: 34,3% apresentam, editam e produzem seus arquivos, enquanto 13% acrescentam a tarefa de serem colunistas. Os demais desempenham outras atividades da cadeia produtiva.

A distribuição é forte em canais como Spotify (87,2% da preferência), iTunes (68%) e Deezer (57,1%), mas é interessante a tendência do YouTube (19,8%), que usa a busca do Google como força.

No início da pandemia de Covid-19, a queda na audiência de podcasts foi sentida por muitos produtores. Enquanto em outros países a situação se reverteu a partir do final de abril de 2020, no Brasil os piores meses foram entre final de abril e final de maio. O retorno foi puxado, principalmente, por este novo jeito de transmitir, via YouTube.

Os números mostram o mar aberto que podcasters podem desbravar. Que o hobby continue, mas que também haja mais e mais profissionalização.

*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação

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