Há pontos de coleta distribuídos em todas as lojas Pão de Açúcar, Extra, Minuto Pão de Açúcar, Mini Extra e Compre Bem (Germano Lüders/Exame)
Mariana Martucci
Publicado em 12 de março de 2021 às 20h01.
Última atualização em 12 de março de 2021 às 20h07.
O varejo passou por grandes mudanças nas últimas décadas, desde a ampliação do modelo de negócio dos hipermercados na década de 60 até a mais recente disseminação do e-commerce. Essa evolução foi acompanhada pelas mudanças tecnológicas e, sobretudo, pela transformação dos hábitos de consumo da população.
Cada vez mais conscientes, engajados e exigentes, os clientes são hoje as peças-chave para balizar cada item que é posto na prateleira, em uma avaliação que vai muito além do preço. Por isso, o papel do varejista se tornou ainda mais desafiador.
Em uma relação de confiança, o consumidor espera que a sua loja e/ou marca preferida antecipe os seus anseios, oferecendo experiência, qualidade, preço, variedade, inovação e que também se atenha aos aspectos ligados a uma atuação cada vez mais socioambientalmente responsável por sua cadeia de valor.
Essas preocupações tomam cada vez mais espaço na avaliação das pessoas. Confinados, mas lidando cada vez mais com a interdependência das atitudes individuais diariamente, a pandemia fez com que houvesse um crescente interesse pela cadeia produtiva.
O consumidor quer produtos de qualidade e preço justo, mas que também tenham propósito, tenham história e impacto positivo e começa a perceber que o ato da compra e aquilo com o que se alimenta é um posicionamento, um exercício de cidadania.
Uma pesquisa com mil entrevistados no Brasil, de 2020, realizada pelo Instituto Akatu e a Globe Scan, mostrou que a população está atenta à atuação socioambiental das empresas.
Mais de 70% dos consumidores esperam que as empresas não agridam o meio ambiente e reduzam seu impacto nas mudanças climáticas. Além disso, 65% dos entrevistados esperam que as empresas estabeleçam metas para tornar o mundo melhor. O levantamento também mostra que a colaboração das empresas com outros atores na solução de problemas socioambientais é importante para 1/3 da população, especialmente os mais jovens.
Uma pesquisa realizada em 2019 com clientes do Pão de Açúcar mostrou que 96% deles consideram o bem-estar animal importante e 63% afirmaram dar preferência para marcas ou empresas que se comprometem com o tema. É fundamental entender que este é um caminho importante e sem volta.
Todo setor produtivo precisa renovar e até mesmo reinventar seu modelo de negócio para reduzir os impactos socioambientais em cadeias de abastecimento. Não basta fazer a sua parte certo, todo restante da cadeia precisa estar comprometido.
Como exemplo, o GPA foi o primeiro varejista a levantar debates sobre o desenvolvimento e a inclusão de pequenos produtores, produtos orgânicos e protocolos que visam o bem-estar animal, como é o caso de ovos provenientes de galinhas livres de gaiolas, no Brasil.
Além disso, a bandeira Pão de Açúcar foi a primeira rede de varejo brasileira a criar, em 2001, um Programa de Reciclagem e Logística Reversa.
Desde 2016 e atualizada recentemente, temos nossa Política de Homologação e Compra de Carne Bovina, que inclui engajamento, monitoramento e rastreabilidade da nossa compra de carne pelos nossos fornecedores frigorificos.
Em novembro do ano passado, anunciamos a ampliação dos nossos compromissos em relação ao bem-estar animal, contemplando a compra e a venda de produtos nas cadeias de ovos, frangos, produtos bovinos e suínos in natura para as marcas Pão de Açúcar e Extra. Com isso, o GPA se torna o primeiro varejista alimentar brasileiro a assumir um compromisso mais amplo de fornecimento de proteínas animais com atributos de bem-estar animal.
E esse é um processo contínuo, por isso, o diálogo constante com todos os pontos da cadeia é fundamental. Assim, conseguimos evoluir juntos: incentivando um novo tipo de produção, de oferta e de consumo, adaptado ao cenário atual para a construção de um novo futuro.
Este movimento é essencial para atingirmos um novo consciente coletivo, uma nova agenda corporativa e humana. E precisamos fazer isso agora, cada um de nós, quem produz, regulamenta, distribui, consome, todos que vivemos nessa sociedade, nesse planeta, o qual é nosso e dos nossos.
*Susy Yoshimura é diretora de Sustentabilidade do GPA e diretora-presidente do Instituto GPA.
Siga Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube