Roberto Westin, CEO e fundador da OneBroker (Divulgação/Divulgação)
Bússola
Publicado em 24 de março de 2022 às 09h00.
Por Renato Krausz*
Existe um certo tipo de negócio que, ainda na fase de projeto, cai num caldeirão de ESG e já nasce transformador, espalhando impacto positivo na sociedade. O paulistano Roberto Westin bolou uma coisa dessas, algo absolutamente inédito no mercado de seguros e de serviços de assistência 24 horas, com muito foco no S de Social e ainda com boa pegada no E de Ambiental — ou de Environmental, porque, bem, a sigla está em inglês.
A OneBroker é uma mistura de rede social com streaming para oferecer proteção a pessoas que em geral não têm nenhum acesso a esse tipo de serviço, mas não apenas a elas. Pode valer muito a pena também para empresas e para quem já tem seguro para tudo. Até porque o custo dos produtos pode ser zero. Calma, vamos explicar.
Um dos pilares do negócio é uma assinatura premium de R$ 14,99 — grátis no primeiro mês —, que dá direito a oito diferentes assistências, as clássicas, incluindo o apoio para o carro ou a moto que nos deixam na mão, os eletrodomésticos que pifam e os reparos em casa ou no escritório.
Estão inclusos também telemedicina e desconto em farmácias, help desk e até assistência funeral, sem falar num seguro de R$ 10 mil por morte acidental e sorteios de R$ 50 mil por mês para os assinantes, pela Loteria Federal.
E onde entra a pegada ambiental mencionada no primeiro parágrafo? Uma das oito assistências oferecidas é o Descarte Ecológico. Se você não sabe como se livrar de um colchão velho, um fogão quebrado, entulho de obra ou coisas do tipo, a OneBroker retira na sua casa, em qualquer cidade do Brasil, e leva para o lugar certo onde a coisa será desconstruída e depois reciclada. Tudo com logística e manufatura reversa rastreada e certificada. Se preferir, há também o Descarte Amigo, que é útil, por exemplo, para quem comprou uma geladeira nova e quer entregar a antiga na casa do primo ou de um amigo.
Outro pilar da empresa é um marketplace com serviços avulsos de instalação e conserto, planos de assistência 24 horas segmentados, seguros e planos de previdência das principais seguradoras do país. Esses produtos podem sair de graça. A OneBroker oferece cashback sobre o consumo do assinante e também sobre o consumo dos amigos que ele indicar e ainda sobre o consumo dos amigos dos amigos.
É o que a empresa chama de “Guarda-Chuva de Amigos”, algo muito simples e brilhante que se tornou possível graças a um intricado algoritmo que levou quatro anos para ficar pronto.
O que Roberto Westin faz é repassar para os clientes a maior parte da comissão a que tem direito como corretor de seguros. Por exemplo: quem compra um seguro de vida com assistência desemprego incluída leva 10% de desconto para cada amigo — ou amigo de amigo — que comprar o mesmo produto. Ou seja, com dez amigos, o seguro sai de graça.
Nos próximos meses, Roberto pretende lançar a distribuição de planos de saúde e seguros de carro com cashback ainda mais alto, praticamente toda a sua comissão, até porque o principal objetivo da OneBroker, o que permitirá perenizar o negócio, é aumentar a base de assinantes de clientes premium.
O cashback é feito por meio de pontos que se chamam One$, numa paridade de um para um com o Real. Se o cliente não quiser comprar novos seguros no marketplace, pode transformar os seus One$ em reais num plano de previdência privada.
A exemplo do streaming musical em que não assinantes podem ouvir música com limitações, quem não é premium na OneBroker também pode ganhar One$ ao indicar amigos, mas só leva a metade do valor que os assinantes embolsam.
Tudo isso é mostrado em tempo real no site, com uma clareza impressionante. O cliente pode indicar amigos ocultamente, se preferir. E todas as compras feitas por eles e pelos amigos deles aparecem imediatamente na tela, mostrando quantos One$ exatamente a pessoa já ganhou.
Prestes a fazer um ano, a OneBroker possui hoje 58 mil assinantes. A empresa já está sendo admitida no Sistema B, em atingiu 141 pontos na sua avaliação de impacto, nota considerada excepcional — a maioria das empresas fica entre 40 e cem pontos.
Aos 45 anos, Roberto acredita ter atingido o estado da arte do “member get member”. “Criamos uma plataforma de acesso a proteção de forma original, que realmente empodera as pessoas para que elas se protejam mais ou se aposentem antes e melhor, independentemente de quem é a seguradora ou empresa de assistência 24 horas”, afirma ele, que começou a carreira no mercado financeiro e teve os primeiros contatos com o de seguros em 2004.
Em novembro de 2020, escrevi neste espaço sobre um estudo do Pacto Global que mapeou de que forma executivos altamente engajados com o ESG se tornaram mais conscientes. Havia os que já nasceram assim, os que desenvolveram aos poucos a compreensão da importância da sustentabilidade e os que sofreram uma mudança repentina, causada por um determinado acontecimento ou uma experiência marcante. O fundador da OneBroker está nesse terceiro time.
Em 2011, Roberto descobriu ter um linfoma raro, para cujo longo tratamento precisou de um autotransplante de medula. Essa foi a mudança repentina que o fez virar a chave.
“Mesmo tendo recursos e convênio médico, enfrentei muita dificuldade. O plano não queria pagar. Correndo o risco de morte, fiquei imaginando o que eu poderia fazer para ajudar outras pessoas que estivessem passando por situações parecidas, sem ter condições de contratar produtos e serviços de proteção. Entendi ali que eu precisava criar algo maior, que fosse altruísta, mas ao mesmo tempo lucrativo, que me permitisse, de certa forma, deixar um legado, e a OneBroker representa este desejo para mim”, conta.
Essa certeza de que precisava fazer algo pelos outros foi reforçada quando Roberto se deparou com a penetração dos seguros no Brasil. “Somos um país em que somente 22% das pessoas têm planos de saúde, 12% de odontologia e 8% de vida. Só 20% dos carros e 7% das motos em circulação no Brasil têm algum tipo de seguro contratado”, diz Roberto.
A OneBroker tem também duas parcerias com o GRAAC (Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer), entidade para a qual a direciona 3% de seu lucro e toda a receita de um dia por ano, o Dia Mundial de Combate ao Câncer, em 8 de abril.
Perguntei a Roberto como resumiria a essência do seu negócio numa frase. “Proteger transforma”, respondeu.
*Renato Krausz é sócio-diretor da Loures Comunicação
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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