Como líder, mulher e mãe, enxergo que este é o meu papel: incentivar outras mulheres para que elas sejam o que quiserem (filadendron/Getty Images)
Bússola
Publicado em 16 de março de 2022 às 14h38.
Última atualização em 16 de março de 2022 às 14h47.
Por Andrea Nazaré*
Desde o momento em que decidi engravidar, se passou um ano até que de fato consegui. Quando decidi parar de controlar o mundo a minha volta, o João decidiu vir, e isso aconteceu em março de 2020, início da pandemia de covid-19 no Brasil.
Me lembro como se fosse hoje do misto de sentimentos que me ocorreram. Ao mesmo tempo que eu estava muito feliz pela gravidez, havia uma enorme preocupação em relação ao cenário em que a gente se encontrava: fechamento das lojas físicas onde desenvolvo meu trabalho, preocupação sobre os rumos do negócio, como iríamos apoiar nossos colaboradores e como seria passar por tudo isso grávida.
Apesar do susto inicial, minha gravidez foi supertranquila e, graças ao home office, pude continuar ativa todos os dias até o final da gestação. Nos adaptamos à nova realidade: passamos a fazer consultas online, criamos um programa de parceria com dentistas de diferentes regiões do Brasil e mantivemos o nosso time em segurança.
Meu filho nasceu e o baque do puerpério me pegou. Eu estava muito feliz com a chegada do João, mas também me sentia com uma enorme pressão da maternidade: ao me ver exercendo “só” a função de mãe (que de “só” não tem nada!), sentia falta das minhas outras vertentes, de me sentir produtiva.
De casa, aos poucos pude retomar as atividades e logo nos primeiros dias percebi quanto eu havia mudado. Hoje eu sou uma líder muito mais direta, objetiva e organizada. Sei que terei horas exclusivas e dedicadas para ficar com meu filho, então aproveito ao máximo o momento que tenho com a minha equipe para ser produtiva e ter trocas ricas.
A maternidade também traz uma empatia maior e, agora, mais que nunca, promover um ambiente de trabalho bom é meu maior propósito. Imagino que todas as pessoas passem por um momento na carreira que duvidem e questionem se optaram pelo caminho e escolhas corretas. Aqui eu tenho um grande histórico de receber dentistas que chegam com essa desilusão sobre a profissão. Por isso, procuro sempre criar um espaço justo, acolhedor e de troca, tanto de conhecimento quanto de experiências.
Como líder, mulher e mãe, enxergo que este é o meu papel: incentivar outras mulheres para que elas sejam o que quiserem e consigam alcançar sucesso profissional sem abrir mão de outros sonhos — seja este a maternidade ou não.
*Andrea Nazaré é cofundadora e head de operações da SouSmile
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