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Carolina Fernandes: o marketing por trás do universo gamer

O mercado dos videogames movimenta bilhões de dólares anualmente, e esse número tende a crescer

Videogames não são mais coisa de criança (Getty Images/Getty Images)

Videogames não são mais coisa de criança (Getty Images/Getty Images)

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Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 16h00.

Última atualização em 10 de janeiro de 2023 às 16h22.

Por Carolina Fernandes*

Para começarmos essa conversa, preciso que você tenha uma coisa em mente: não, videogame já não é (há muito tempo) coisa de criança. Somente em 2021, esse mercado movimentou cerca de US$ 126 bilhões, superando as indústrias do cinema e da música juntas.

Mas, você sabe o que está por trás de todo esse sucesso? O marketing. Quer entender mais sobre essa relação? Então, vem comigo nesse artigo e conheça um pouco mais sobre esse universo gamer.

Game Marketing: já ouviu falar?

De forma bem simples, Game Marketing é uma estratégia que aproveita o poder de engajamento dos jogos para introduzir as marcas dentro desse universo. Porém, não de forma invasiva como os tradicionais comerciais da TV, mas por meio de uma experiência imersiva, unindo a marca às emoções do jogo.

Assim, o Game Marketing é utilizado tanto para a divulgação de empresas, produtos e serviços quanto para estreitar o relacionamento com os consumidores. O grande destaque desse mercado é a diversidade de estratégias que podem ser aplicadas. Veja a seguir:

Tipos de publicidade em games

Existem algumas possibilidades quando estamos falando do universo gamer. Uma delas é investindo nesse mercado, seja patrocinando eventos, seja criando NFTs, seja formando times de e-sports ou até produzindo games próprios da marca (advergames).

Outra maneira é criando conteúdo diferenciado sobre esse mercado, seja ele feito pela própria marca ou com a participação de influenciadores. Essa é uma estratégia interessante para quem quer estreitar o relacionamento com os consumidores.

Há também a publicidade no cenário dos jogos que pode ser feita de inúmeras formas, desde banners estáticos ou dinâmicos que não afetam a experiência do jogador até anúncios nos games de celular.

Além disso, os games permitem que uma marca venda o seu produto para ser utilizado pelos avatares, a chamada customização. Então, vale tudo: roupas, calçados, maquiagens, entre outros. Aqui, o objetivo é eliminar qualquer barreira que separe o “mundo real” do “mundo digital”, garantindo a brand experience nos dois universos.

No Brasil, quem está nesse mercado?

Embora muitas pessoas ainda não saibam, o Brasil é um país gamer. Além de ser o maior consumidor dentro da América Latina e o 12º do mundo, movimentando cerca de US$ 2,3 bilhões, é também o sexto país com maior tempo médio diário de jogos, além de ocupar a mesma posição no ranking dos que mais falam sobre games mundialmente.

Com uma pizza desse tamanho, quem não quer uma fatia, concorda? E se você acha que as empresas brasileiras ainda não entraram nesse universo, está muito enganado.

O Magazine Luiza, por exemplo, adquiriu o canal Jovem Nerd, referência de conteúdo para a comunidade geek, comprou o e-commerce KaBum! e irá investir cerca de R$ 100 mil em três projetos de games desenvolvidos por estúdios brasileiros.

Além disso, o banco Itaú patrocina o time de e-sports Loud, o Banco do Brasil lançou um torneio de games, a Renner fechou parceria com o jogo League of Legends (LoL), as Havaianas criaram um mapa dentro do game Fortnite e ainda temos a Roblox que é utilizada para realizar campanhas de marketing de diversas marcas.

E o público? Qual o perfil do gamer brasileiro?

Quando paramos para pensar em quem joga videogames, a primeira conclusão que chegamos é de que o público masculino é o maior consumidor desse mercado. E se eu dissesse que esse pensamento é um erro?

Segundo a nona e última edição da Pesquisa Game Brasil (PGB), estudo referência nesse mercado, as mulheres são maioria nesse mercado, representando cerca de 51% dos brasileiros gamers.

Porém, isso não significa que este é um ambiente seguro para elas. Uma pesquisa da Universidade de Ohio aponta que 100% das mulheres que jogam por pelo menos 22 horas semanais já sofreram algum tipo de assédio. A partir deste fato, passaram a usar nicknames masculinos ou neutros.

Mas, qual é o grande desafio?

Embora seja um mundo de oportunidades para as empresas explorarem, o mercado gamer também traz um desafio pouco conhecido: a segmentação de anúncios. Você já ouviu falar e até, provavelmente, tem no seu smartphone o jogo Candy Crush, certo?

Esse game conquistou milhares de fãs ao redor do mundo com uma ampla faixa etária, pois tanto crianças quanto idosos amam Candy Crush. Até agora, parece ser uma ótima mídia para anunciar, concorda?

Porém, como segmentar o seu banner, a sua publicidade para um público tão diverso e que, certamente, não corresponde em sua totalidade ao seu objetivo de alcance. Esse é um desafio que os games trazem, pois o Candy Crush é apenas um exemplo dentre muitos jogos que arrastam multidões.

Enfim, o mais importante nisso tudo é saber que esse mercado existe e que está muito aquecido no Brasil. E, principalmente, ele oferece grandes oportunidades para as marcas divulgarem seus produtos e serviços, usando a mágica do marketing para se posicionar e gerar experiências.

*Carolina Fernandes é CEO da Cubo Comunicação, palestrante, especialista em Marketing & Comunicação

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