Onde vamos parar? (Andriy Onufriyenko/Getty Images)
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Publicado em 6 de abril de 2023 às 13h00.
Por Carolina Fernandes*
O Papa vestindo uma jaqueta puffer super estilosa? O ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, lutando contra policiais que tentam algemá-lo? Textos produzidos em segundos reproduzindo a linguagem de qualquer pessoa? Imagens sendo geradas automaticamente a partir da sua descrição?
Sim, isso é apenas uma amostra do que a inteligência artificial pode e já está fazendo. E você, também está assustado com os avanços da IA? Afinal, qual o impacto dessa nova “revolução” na sociedade? Será que é o fim da humanidade? O que será que vem por aí?
Onde vamos parar?
Antes, um esclarecimento necessário: pode parecer que alguém abriu a porteira e todos os avanços da Inteligência Artificial aconteceram da noite para o dia, mas não. Na verdade, o primeiro projeto de IA foi desenvolvido em 1956 pelos cientistas americanos Allen Newell e Cliff Shaw.
Porém, com a divulgação recente de diversas ferramentas baseadas em inteligência artificial e os resultados impressionantes (e assustadores) que elas conseguem alcançar, é impossível não se surpreender e ser impactado. De fato, essas tecnologias têm tudo para se tornar o que é chamado de game changing, ou seja, que têm o potencial de mudar os rumos da sociedade.
IAs generativas, como o ChatGPT, são capazes de responder perguntas, escrever poesias, gerar códigos de computadores, produzir artigos científicos, interpretar informações e muito mais. E isso é só o começo.
Tanto a Microsoft, que adquiriu o ChatGPT, quanto o Google, que desenvolveu o Bard, já anunciaram que irão incorporar essas tecnologias em seus produtos. No curto prazo, os chatbots poderão responder e-mails, fazer anotações de reuniões no Teams ou no Meet, em tempo real, entre outros.
No médio prazo, segundo Zachary Lipton, professor da Carnegie Mellon, universidade especializada em Inteligência Artificial e seu impacto na sociedade, essa tecnologia irá afetar as tarefas mais repetitivas, mais genéricas, sendo benéfico para as pessoas que não são boas na execução deste tipo de trabalho.
Já existem empresas construindo bots capazes de utilizar sites e apps como se fossem humanos. Qual o resultado disso? Esqueceu o presente de Natal dos filhos? A IA escolhe e compra para você. Quebrou um encanamento? A IA, antes que você peça, irá solicitar o reparo a uma empresa especializada (isso se, em algum momento, ela mesma não realizar o reparo).
O problema está no longo prazo. As big techs estão investindo pesado em IA. Em 2022, a Microsoft injetou US$ 3 bilhões na OpenAI e prevê um novo investimento de US$ 10 bilhões. Já o Google investiu US$ 300 milhões na Anthropic, empresa de IA fundada por ex-pesquisadores da OpenAI e são só alguns exemplos.
Esses números mostram que o objetivo dessas gigantes da tecnologia é levar essa tecnologia o mais longe possível: a AGI (Inteligência Artificial Geral), uma máquina capaz de fazer qualquer coisa, sem exceção, que o cérebro humano faz.
A velocidade desses avanços têm gerado uma importante reflexão: antes de termos a chance de entender o impacto da IA no mundo, na sociedade, ela ficará mais poderosa. E foi esse temor que fez com que Elon Musk e mais de 2,6 mil líderes e pesquisadores de tecnologia declarassem, em carta aberta: PAREM, AGORA!
Diante do cenário que se apresentava, o dono da Tesla e do Twitter juntamente com o cofundador da Apple, Steve Wozniak e diversos CEOs e pesquisadores do setor de tecnologia divulgaram, em nome da instituição Future of Life Institute (FOLI), carta aberta solicitando uma pausa temporária no desenvolvimento de Inteligência Artificial.
Na carta, o instituto pede que todas as empresas envolvidas nos estudos de IA interrompam por, pelo menos, seis meses, o treinamento de sistemas mais poderosos que o GPT-4 sob o argumento de que “os sistemas de IA com inteligência competitiva humana podem representar riscos profundos para a sociedade e a humanidade.”
Enfim, está difícil acompanhar a velocidade dessas inovações e, de fato, entender como elas irão impactar a sociedade. Agora, preciso que vocês me respondam: quem realmente quer que a Inteligência Artificial se torne tão poderosa? Será que ainda é possível impedir que isso aconteça?
*Carolina Fernandes é CEO da Cubo Comunicação, palestrante, mentora do curso Marketing para Empreendedores e especialista em Marketing & Comunicação com mais de 20 anos de atuação.
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