Home office; trabalho; (PeopleImages/Getty Images)
Karina Souza
Publicado em 8 de abril de 2021 às 09h30.
Última atualização em 8 de abril de 2021 às 10h48.
It’s the end of the world as we know it, R.E.M
O sociólogo inglês Richard Sennet tem uma obra magistral sobre o corpo e as cidades na civilização ocidental. Em Carne e Pedra, o professor da London School of Economics e da Universidade de Nova York, mergulha na história do movimento humano, da Grécia antiga à moderna Nova York, da celebração da Revolução Francesa à simples história da cadeira, para pensar a nossa relação com o espaço.
A obra de 2008 poderia ser revisada hoje à luz dos efeitos da pandemia do covid-19. Quais os impactos éticos e estéticos das mudanças do sobre a nossa relação com o trabalho nos últimos 12 meses?
Como passamos a trocar informação sobre o nosso fazer cotidiano, quando perdemos a rotina, a copa como o lugar de encontro com os colegas, as reuniões semanais de equipe?
Muito temos falado sobre o espaço físico do escritório e como ele mudou e vai continuar mudando, mas o quanto falamos sobre como as vias da comunicação interna têm sido transformadas (ou não)?
A comunicação interna sempre foi o “patinho feio” das disciplinas da comunicação organizacional. O que é uma contradição em termos porque em um mundo em que o engajamento e a interação são importantes réguas para medir o sucesso de uma corporação, é impossível não pensar em como os fluxos de informação e troca de conhecimento entre as pessoas que tornam essa mesma organização uma realidade podem ser marginais.
Isso se tornou ainda mais relevante quando a vida se torna figital – o híbrido entre o físico e o digital que temos vivido tão intensamente no último ano. Distantes fisicamente, como as lideranças colocam suas equipes na mesma página? Com todos nós exaustos pelo medo da pandemia, como as organizações motivam seus funcionários? Sem os encontros casuais, como surgem as ideias para novos negócios, novos produtos, novos processos? E quem cuida de tudo isso, o RH sozinho?
Na FSB Comunicação, há pouco mais de um ano, temos colocado a comunicação interna no centro de nossa visão de negócio: relacionamentos geram resultados.
Em meses, conseguimos aumentar em 24% a avaliação dos funcionários sobre o clima organizacional, desenvolvemos um aplicativo para parceiros e colaboradores com lógica de gamificação e temos um trabalho ativo de marca empregadora no LinkedIn, com quase 30 mil seguidores e alto volume de interações. Uma transformação – rápida e mobilizadora!
Se queremos cuidar das organizações, nossas pedras fundamentais, temos que pensar na carne, no elemento humano, sua imaginação, suas dores, sua atenção. Difícil imaginar que algo seja mais importante que as pessoas que nos cercam.
* Rachel Mello é diretora de planejamento da FSB Comunicação e Bia Magalhães é coordenadora de comunicação interna da FSB
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