(Ricardo Stuckert/Divulgação)
Bússola
Publicado em 1 de novembro de 2022 às 15h43.
Última atualização em 2 de novembro de 2022 às 12h28.
A eleição presidencial mais disputada da história do país terminou com dois feitos inéditos. Lula se tornou o primeiro político brasileiro a conquistar nas urnas um terceiro mandato como presidente do Brasil. Já Bolsonaro foi o primeiro a fracassar na tentativa de reeleição. O petista recebeu uma votação recorde: mais de 60 milhões de votos. Ainda assim, teve a vitória mais apertada já registrada na corrida ao Palácio do Planalto. Sua diferença para o adversário foi de menos de dois pontos percentuais (50,9% x 49,1%), o equivalente a 2 milhões de votos.
Isso significa que o país sai das urnas dividido e a missão do futuro presidente é unificá-lo. Não é à toa que, em seu primeiro discurso, Lula usou um tom conciliador e afirmou que “vai governar para todos os 215 milhões de brasileiros porque não existem dois Brasis”. Além de tentar refazer os laços cindidos num país polarizado, o novo presidente tem vários outros desafios.
A começar por fazer caber no orçamento todas as promessas feitas durante a campanha, como manter o auxílio de R$ 600 às famílias vulneráveis, com um adicional de R$ 150 por cada filho de até seis anos, reajustar o salário-mínimo anualmente acima da inflação, ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e tirar o Brasil novamente do mapa do fome, uma das prioridades do seu futuro governo.
Para tirar os projetos do papel, vai ser preciso o apoio do Legislativo. E aí está outro grande desafio de Lula: articular uma maioria parlamentar num Congresso com perfil mais conservador, onde Bolsonaro elegeu muitos aliados – principalmente no Senado - e seu partido tem a maior bancada da Câmara. Para assegurar a governabilidade, o futuro presidente deverá expandir ainda mais a frente ampla que lhe garantiu a vitória e se aproximar de outras legendas em busca de uma base de sustentação.
A negociação com os partidos passa, claro, pela formação do ministério de Lula. Quem são os mais cotados para cada pasta e como acomodar antigos e novos aliados? As respostas começarão a vir nos próximos dias, quando devem começar a ser anunciados os primeiros nomes. No mercado, a grande expectativa é pelo anúncio de quem vai ocupar o Ministério da Fazenda.
Além de costurar alianças com os parlamentares, Lula terá de ampliar o diálogo com os governadores. A maioria dos eleitos – no 1º e no 2º turno – apoiou seu adversário, incluindo os mandatários dos três maiores colégios eleitorais: Tarcísio de Freitas, em São Paulo; Romeu Zema, em Minas Gerais; e Cláudio Castro, no Rio de Janeiro. O presidente eleito já disse que quer se reunir com os 27 governadores para definir prioridades.
Debate promovido pela Bússola, nesta terça-feira, 1º de novembro, reuniu os especialistas em análise política do Grupo FSB para analisar o resultado das eleições de 2022, os desafios e as oportunidades de Lula no seu terceiro mandato como presidente do Brasil e o futuro político de Bolsonaro e do bolsonarismo.
Participaram do encontro os analistas políticos da FSB Comunicação, Alon Feuerwerker e Marcio de Freitas, e o sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa e da FSB Inteligência, Marcelo Tokarski. A moderação foi feita por Rafael Lisbôa, diretor da Bússola.
Assista abaixo ao debate, que também está publicado no YouTube da Exame e no YouTube da Bússola.
Siga Bússola nas redes: Instagram | LinkedIn | Twitter | Facebook | Youtube
Últimas lives:
Eleições 2022: Lula x Bolsonaro - a reta final
Rumo à COP27: o papel das empresas no cumprimento das metas ambientais brasileiras