A jovem estudante e empreendedora, Millena Xavier (Jovens Visionários/Divulgação)
Repórter Bússola
Publicado em 8 de agosto de 2024 às 16h25.
“Eu me vejo como uma cientista empreendedora”, diz Millena Xavier, estudante de apenas 17 anos que está entre os 50 finalistas do prêmio Global Student Prize 2024 – também conhecido como “o Prêmio Nobel dos estudantes”.
A combinação entre o interesse científico e a força de vontade empreendedora é o principal motor da trajetória dela. Foi o que a fez se destacar entre os 11 mil estudantes inscritos de 176 países.
Reconhecida pela Forbes Under 30 2023, Millena é fundadora da Prep Olimpíadas. A organização estimula e dá suporte a estudantes que desejam impulsionar sua carreira participando de olimpíadas estudantis.
Com o braço de inteligência artificial da Prep, Millena está desenvolvendo um projeto que tem tudo para colocá-la no topo: uma IA capaz de tornar o diagnóstico de autismo mais acessível.
“A maioria das pessoas responde dizendo que IA não vai diagnosticar o autismo, mas não é sobre isso. Estamos falando de uma triagem para o diagnóstico. É uma ferramenta para que pessoas com difícil acesso tenham um meio de explorar a possibilidade e aprender um pouco mais, podendo ir a um médico mais cedo, descobrindo mais rápido o transtorno”, explica Millena.
A ideia veio após um amigo descobrir a neurodivergência aos 18 anos. Millena teve a ideia e seguiu com um extenso estudo do TEA consultando médicos, especialistas e fazendo estudos científicos dentro do tema.
A ferramenta em desenvolvimento funcionará como um chat IA, utilizando machine learning para fazer perguntas e identificar os traços do autismo.
O prêmio é resultado da parceria entre a Chegg.org e a Varkey Foundation, empresas de educação e impacto social dos Estados Unidos.
Como um "spinoff" do Global Teacher Prize, o Global Student Prize é anual, aberto a inscrições de estudantes acima dos 16 anos e tem o objetivo de destacar figuras que causam impacto na educação e na sociedade.
“Esse prêmio é importante por representatividade mesmo. Nenhum brasileiro ganhou e só de estar entre os 50 finalistas é muito significativo pra mim. É uma honra estar representando meu país”, conta.
Quando participou da cerimônia de premiação de uma olimpíada de astronomia, Millena ficou inspirada. O único problema era a falta de apoio da sua escola, que não pretendia investir na trajetória dos estudantes nesta esfera.
Sem se conformar, ela aproveitou a flexibilização trazida pelo período de pandemia de Covid-19 para participar sozinha do maior número de olimpíadas que podia.
Ela mudou de estado só para poder estudar em uma federal que desse os recursos necessários para essa trajetória.
Millena começou a Prep com reuniões por vídeo chamada, cresceu e estabeleceu uma organização que já palestrou em mais de 200 escolas e trabalha arduamente para dar a outros estudantes as oportunidades que ela conquistou.
“Eu diria que a Prep Olimpíadas evoluiu junto comigo. Hoje estou na diretoria e no conselho e gosto de organizar as novas iniciativas. Acho que elas precisam sempre de um toque do fundador”, conta.
Millena ainda se vê fundando uma fintech, uma healthtech ou uma edtech. No futuro brilhante da mineira, o empreendedorismo e a ciência andam juntos.
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