Mansplaining ainda vigora nas organizações (foto/Getty Images)
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Publicado em 27 de fevereiro de 2023 às 17h45.
Se aproxima o mês de março, mês de mil e uma comemorações pela mulher. Não vou cair na tentação de falar sobre quais ações devem ou não ser feitas. Até porque já foi falado um ano atrás nesta minha mesma coluna na Exame.
Proponho sim uma reflexão, de quem você quer ser diante da causa de mulheres.
Há 4 anos trabalho nesse eixo, e trabalho numa organização que tem 13 anos de experiência, é fundada e gerida por mulheres e conta com centenas de especialistas que garantem a entrega de projetos com o melhor impacto para milhares de donas de negócios.
E com certa frequência me deparo com "aliados" que querem nos ensinar a fazer nosso trabalho. Às vezes nem nos deixam sequer falar e vem com seus discursos de salvadores da pátria por minutos a fio…. É “mansplaining”* que fala??
[mansplaining = termo para quando um homem explica algo para uma mulher sendo que ela já saiba, mas ele presume que não]
Ainda bem que não é a maioria, admito. Felizmente encontramos organizações sérias como Google, Visa, Amazon, Ambev, Itaú, entre outras, que se comprometem no longo prazo, com ações estruturadas, planejadas para não só repercutir na mídia, mas principalmente na vida das brasileiras.
Imagino que sair do lugar de não fazer nada ou então “sei de tudo e sou o salvador da pátria” não seja fácil. Essas organizações têm criado iniciativas assim pois possuem líderes comprometidos com a mudança, que chegam até organizações como a RME abertos a entender o que fazemos, a partir de seu lugar de quem precisa se aproximar e ouvir.
Agradecemos por contar com pessoas como essas que, mesmo longe da causa, respeitam, ouvem e se comprometem a entender a real problemática e construir iniciativas com quem conhece os meandros de promover geração de renda para mulheres num país grande e desigual.
E você, ainda está se descobrindo com relação a causas? Não sabe o que é atuar com gênero ? Já atua apoiando mulheres? Você ouve as mulheres, no que elas dizem que elas precisam? Qual lugar você ocupa nessa transformação?
*Beatriz Leite é gestora de projetos, formada em gestão ambiental pela USP e pós-graduada em gestão de projetos pelo Senac. Atua há quase dez anos em negócios e organizações sociais, nas áreas de longevidade, desenvolvimento local, cultura e empoderamento feminino
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