A marca de cosméticos Sephora é uma das queridinhas da geração Z porque soube ouvir, de fato, seus consumidores (Sephora/Divulgação)
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Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 13h00.
Última atualização em 6 de março de 2024 às 11h58.
Por Bia Félix*
Não, não basta uma página nas redes sociais com milhões de seguidores para dizer que você tem uma comunidade. Acredite em mim, é preciso (bem) mais que isso.
A geração Z é a primeira geração nativa digital. Só que, para eles, estar nas redes sociais não é sinônimo de socialização. 73% desses jovens se consideram solitários.
De acordo com um relatório da Dazed "The Future Of Social Media":
Quando as principais redes sociais surgiram, víamos fotos de amigos, postávamos fotos do céu, do copo do Starbucks com o nome escrito errado, acompanhávamos influencers que montavam looks do dia. Agora tudo isso divide espaço com posts de pessoas que não seguimos (o tal do "sugerido para você") e muitas publicidades, sendo algumas até de produtos e serviços duvidosos.
Se as redes sociais estão, aos poucos, deixando de ser sociáveis, para onde a geração Z vai para buscar conexões reais?
A resposta? Nas comunidades de nicho, menores, onde as pessoas podem conversar e ser elas mesmas. Seja nos chats de WhatsApp, Telegram, dailies (perfis privados voltados para conexão, onde algoritmos e fotos perfeitamente curadas não importam). O desafio, então, é descobrir como as marcas podem entrar nessas comunidades – ou, melhor, criar as suas próprias de modo que se sustentem tanto no online quanto no offline.
Aqui vão algumas dicas de como fazer isso:
A Rare Beauty, empresa de cosméticos da cantora Selena Gomez em parceria com a Sephora – que é hoje uma das queridinhas da geração Z – faz isso desde o primeiro dia, e te mostra por que a sua marca deveria ir pelo mesmo caminho.
Antes mesmo de vender suas maquiagens, a empresa, durante a pandemia, selecionava 30 pessoas aleatórias para participar de um Zoom. Ali, conversavam por uma hora. Todo o marketing e copy foram feitos baseados nas pessoas que já estavam no papo, e não em uma persona criada e considerada "ideal".
Além disso, a marca constantemente investe em iniciativas ligadas a uma de suas missões principais: a saúde mental. Recentemente, lançou no seu site o "The Rare Beauty Comfort Club", um espaço virtual voltado para sua comunidade, com o objetivo de fazer as pessoas se sentirem bem por meio de meditações guiadas, técnicas de respiração, auto massagens e sessões de yoga. Paralelamente, 1% das vendas é direcionado para ajudar na saúde mental das pessoas. Não basta apenas dizer "nós apoiamos a saúde mental" para a geração Z; é muito mais sobre mostrar "como" e tornar isso autêntico e natural.
Com as comunidades cada vez mais nichadas, o público espera da marca uma identificação de gostos e interesses ainda maior. Queremos ser entretidos por conteúdos que tenham a ver conosco. Por isso é tão importante escutar a audiência e entender todo o estilo de vida da pessoa que adquire o produto/serviço.
Mesmo que não seja possível que uma marca se comunique diretamente com cada usuário, a ideia é chegar o mais próximo possível disso. A geração Z não quer ver anúncios, mas sim ser entretida.
*Neste mês de fevereiro, a Bússola vai publicar toda quinta-feira uma coluna da influenciadora Bia Félix. Ela…
Esta é a segunda coluna dela. Para ler a primeira, clique aqui.
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