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Benefícios: você troca uma viagem para a Grécia por uma TV de LED?

Recompensar com viagens de incentivo ajuda a aumentar o engajamento de colaboradores, parceiros e clientes

O ganhador deve se sentir especial, para que volte ainda mais motivado (Allard Schager/Getty Images)

O ganhador deve se sentir especial, para que volte ainda mais motivado (Allard Schager/Getty Images)

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Publicado em 5 de maio de 2022 às 18h20.

Última atualização em 5 de maio de 2022 às 18h26.

Por Thais Sacchelli*

Imagine que você é o colaborador de uma empresa e que, caso consiga bater sua meta específica, irá ganhar uma viagem de ida e volta para a ilha grega de Santorini, com todas as despesas pagas. Lá, além de ver um lindo pôr do sol que "beija as águas do mar", vai participar de um baile de máscaras. Será em uma ruína antiga, com vista para a lua cheia, enquanto você saboreia um delicioso jantar grego.

Quanto você se esforçaria para bater essa meta?

Agora, imagine a mesma meta, só que em vez de uma viagem inesquecível, a recompensa é um televisor com tela de LED.

Seria o mesmo esforço?

Recompensar pessoas com viagens de incentivo é uma estratégia utilizada por empresas para aumentar o engajamento de colaboradores, parceiros e até mesmo clientes. Ao organizar uma viagem — na maioria das vezes com roteiros e eventos muito específicos — as pessoas se sentem estimuladas.

No caso dos colaboradores, esses terão a oportunidade de viver experiências únicas, que na maioria dos casos só seriam vivenciadas com a ajuda da empresa. Com isso, os profissionais se integram a missão, visão, valores e cultura empresarial, gerando até mesmo uma competição interna para saber quem será o próximo viajante. Com todos puxando a organização para o mesmo lado, os objetivos da empresa são alcançados em menos tempo.

Embora pouco se fale sobre isso, as viagens de incentivo também são utilizadas como estratégia para motivar parceiros e até mesmo clientes com o propósito de gerar maiores possibilidades para conquistar um resultado almejado. Afinal, quando algumas pessoas compartilham uma experiência única, existem maiores chances de gerar identificação entre elas.

Novo cenário

As viagens de incentivo estavam em ascensão no Brasil, mas, com a chegada da pandemia no planeta, simplesmente deixaram de existir. Em 2020, desapareceram por completo. Em 2021, só voltaram no segundo semestre.

Mas agora, com grande parte da população vacinada, esse tipo de estratégia começa a ser retomada pelas grandes empresas. Porém, o mundo não é mais o mesmo e, com isso, tanto as viagens de incentivo quanto o comportamento das pessoas mudaram.

Retomada

Os primeiros pontos a que uma empresa deve ficar atenta ao organizar uma viagem de incentivo são o exame PCR e se a vacina que os ganhadores tomaram é válida para o destino que irão.

A CoronaVac, por exemplo, não é reconhecida na Alemanha. Se um dos ganhadores foi vacinado com ela, essa pessoa poderá ter problemas, já que com essa vacina será imprescindível ter um PCR negativo. Ao gerar a expectativa, um simples “detalhe” como esse pode gerar frustração e arruinar a viagem.

No mesmo sentido, vale lembrar que a viagem de incentivo tem como foco gerar engajamento por meio de experiências agradáveis. O objetivo é trazer conforto, tanto durante a hospedagem e viagem quanto na hora do check in.

Esse ponto é importantíssimo neste período pós-pandêmico, pois, se antes bastava um celular com um e-ticket para viajar, dependendo do destino, o passageiro precisar levar uma pasta cheia de documentos.

É necessário evitar desgastes da burocracia para os premiados. Isso significa tentar reduzir tempo nas filas de aeroporto e ser o mais assertivo e organizado possível com os pedidos de documentação necessária.

Sem sombra de dúvidas, o processo para entrar em um novo país mudou muito e requer planejamento e atenção. E, para que a viagem de incentivo funcione é fundamental estar sempre atento ao que ocorre no mundo.

Outra mudança importante aconteceu no comportamento das pessoas. Após dois anos de pandemia, as pessoas estão com desejo de viajar. Mas querem ficar o mínimo de horas possível enclausuradas em um voo. Isso aumentou a preferência por destinos mais próximos, como o próprio Brasil e a América Latina. O movimento é inédito, diferente do que acontecia antes da pandemia.

Experiências

Também é preciso lembrar que oferecer como recompensa uma viagem pode ser uma estratégia extremamente assertiva, mas tem como foco gerar resultados por meio da experiência. Muitas viagens de incentivo buscam colocar uma equipe em um resort all inclusive ao lado de uma praia paradisíaca. Pode parecer legal, mas dependendo do público nem tanto.

Para alguns gerentes que pertencem à classe A, por exemplo, isso não é novidade. Nesse caso, para gerar engajamento, seria necessário buscar uma experiência ainda mais sofisticada.

Outra regra é a personalização. Uma carta na cama com os nomes dos ganhadores pode fazer toda a diferença e motivar maiores resultados assim que eles voltarem ao trabalho. É necessário saber o nome de cada um, quem são os acompanhantes e até mesmo se eles estão tendo algum problema específico, seja uma desavença na empresa ou até uma crise no casamento. Por que não? Quanto mais informações souber da pessoa, melhor será a experiência que irá oferecer.

Tenha também atenção na escolha das atividades oferecidas. Viagens de incentivo que oferecem atividades de adrenalina, além de serem divertidas, tendem a estimular a mentalidade do trabalho em grupo e cooperação. Essa coletividade pode ser refletida no dia a dia da empresa.

Experiências em meio à natureza — com o conforto adequado proporcionado por um ecolodge, por exemplo – têm o poder de reduzir o estresse para o colaborador voltar ainda mais engajado.

Tudo que ocorre nas viagens de incentivo deve ser acompanhado nos mínimos detalhes, sempre buscando refletir cultura, missão, visão e valores da empresa.

Para que a viagem “faça a sua mágica”, é primordial garantir que os profissionais saibam exatamente quais são as regras para ganhar. Quais são os seus critérios de elegibilidade? Se os funcionários não estiverem cientes das suas metas e de seus prazos, a viagem em si não poderá fazer o seu trabalho para gerar resultados para as empresas.

Uma boa viagem de incentivo deve inspirar a moral dos seus colaboradores antes, durante e depois.

Dessa maneira, a experiência irá acender a luz da motivação e otimizar resultados.

*Thais Sacchelli é gerente de Operações da TGK

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