77% dos profissionais consideram deixar empresas que não priorizam o seu bem-estar (Thinkstock/Thinkstock)
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Publicado em 1 de setembro de 2023 às 15h00.
Por Renato Basso*
Cada vez mais as empresas estão atentas à importância de zelar pela saúde, qualidade de vida e bem-estar dos seus colaboradores, promovendo o acesso e incentivando a utilização de programas de bem-estar que incluem desde atividades físicas e cuidados com a saúde mental, nutricional e financeira, até modelos híbridos de trabalho, jornadas flexíveis e políticas claras de diversidade, equidade e inclusão.
Os motivos para isso são muitos, a perspectiva de bem-estar corporativo se tornou um fator essencial nas decisões de carreira da força de trabalho. Ao avaliar novas oportunidades, 83% dos profissionais acreditam que o bem-estar deve ser levado em consideração tanto quanto o salário. Além disso, 77% afirmam que consideram deixar organizações que não priorizam o seu bem-estar.
Esses números deixam clara a importância de investir em felicidade corporativa para gerar satisfação, engajamento e melhorar a atração e retenção de talentos. Mas não é de agora que os líderes de recursos humanos têm clareza dessa relação de causa e efeito entre cuidar de pessoas e obter melhores resultados para os negócios.
O desafio tem sido correlacionar esse investimento com resultados objetivos, que justifiquem a sua priorização em um cenário onde os custos com saúde não param de aumentar e a gestão de despesas se torna cada dia mais complexa.
Uma das formas de mensurar o retorno sobre o investimento dos programas de bem-estar é calcular seu custo, menos a economia que eles promovem em assistência médica e gestão de talentos e o incremento de resultado baseado em ganhos de produtividade – 90% das empresas que utilizam essa ou outras fórmulas para medir o ROI de programas de bem-estar vêm um retorno positivo!
Com objetivo semelhante, o Gympass realizou um estudo com 20 mil colaboradores, de alguns dos seus maiores clientes corporativos, para avaliar a relação entre a promoção de um estilo de vida ativo entre a força de trabalho e os custos de saúde das empresas.
A análise dos dados foi realizada comparando dois grupos de teste (usuários do Gympass com até 4 check-ins/mês e usuários com mais de 5 check-ins/mês) e um grupo de controle (não usuários). Eles foram agrupados com base em perfis semelhantes de gênero, idade e despesas com saúde.
Após a formação dos grupos, foi realizada uma comparação entre o custo médio com saúde nos seis meses anteriores ao primeiro check-in e o custo médio nos seis meses posteriores a um período de 12 meses de acompanhamento. Por fim, as informações foram cruzadas com dados de saúde em nível individual no Brasil de 2019 a 2022 para chegar ao resultado final, que demonstrou uma redução de 35% nos custos de saúde das empresas entre colaboradores fisicamente ativos – aqueles que realizaram pelo menos 5 check-ins por mês.
Isso comprova o que nós de RH já sabíamos, que investir em soluções holísticas e preventivas de saúde resulta em redução de custos relacionados ao tratamento de doenças. Custos esses que estão no topo das despesas corporativas, atrás apenas dos gastos com folha de pagamento.
Esse é um impacto que não pode ser ignorado e que oferece o argumento crucial para o líder de RH que ainda precisa convencer o C-Level da importância de realizar o investimento certo nas pessoas.
*Renato Basso é vice-presidente de pessoas do Gympass no Brasil
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